A NASA vai fazer o primeiro teste ao X-43, um avião não tripulado que extrai o oxigéneo directamente da atmosfera e que pode atingir dez vezes mais a velocidade do som.
Corpo do artigo
A NASA vai testar o primeiro avião hipersónico alimentado por oxigénio no próximo sábado, no oceano Pacífico, ao largo da costa sul da Califórnia.
O X-43 deve acrescentar mais um capítulo à história da aviação ao voar à velocidade de onze mil quilómetros horários, dez vezes mais a velocidade do som (Mach 10). Esta será ainda a primeira vez que um avião com um motor alcançará velocidades hipersónicas, ou seja, superiores a Mach 5.
Joel Stiz, director do projecto X-43 no Centro de Dryden de investigações aéreas da NASA não esconde o seu entusiasmo comparando o teste ao primeiro voo da aviação em 1903: «Com este voo, podemos entrar na história da aviação e aerospacial. É o equivalente para o voo hipersónico ao que os irmãos Wright fizeram para o voo subsónico».
O voo não tripulado será filmado por câmaras transportadas por dois caças F-18, que o vão acompanhar.
Desenvolvido pela empresa norte-americana MicroCraft o aparelho é possuí 3,6 metros de comprimento e 1,5 metros de largura. O seu design com linhas esguias e um perfil aerodinâmico dão-lhe um aspecto futurista.
A operação terá inicio quando o X-43 for lançado da extremidade do foguetão Pégaso, que estará acoplado a um bombardeiro B-52 que vai partir da base aérea de Edwards na Califórnia.
Quando se encontrar sobre o oceano o bombardeiro deverá largar o foguetão que vai continuar a subir até atingir 95000 pés (cerca de 29000) e a velocidade de Mach 7.
Neste ponto o avião hipersónico deverá separar-se do Pégaso e iniciar um plano de voo programado. Prevê-se que o X-43 voe durante onze segundos à velocidade de Mach 7 de modo a que se possam tirar dados conclusivos sobre a temperatura e pressão a que o aparelho está sujeito e enviar quinhentos parâmetros de voo ao pessoal de terra.
Por fim, o teste vai terminar com o avião a precipitar-se sobre o mar, não devendo ser reparado por motivos financeiros.
O X-43 diferencia-se dos foguetões normais por dispensar as reservas de oxigénio necessárias à combustão do hidrogénio líquido, que ocupam muito espaço e por conseguir extrair o oxigénio directamente da atmosfera.
O objectivo principal desta nova tecnologia é conceber aparelhos leves, que possam transportar mais carga e atingir maiores velocidades.
O Pentágono já demonstrou o seu interesse nesta nova tecnologia que pode vir a ser aplicada em aviões de combate e mísseis intercontinentais e de cruzeiro.