O primeiro-ministro democrata-cristão da Noruega, Kjell Magne Bondevik, anunciou esta terça-feira a demissão do Governo em Outubro, num contacto com o rei. O anúncio surge um dia depois da derrota nas legislativas que deram a vitória a uma coligação de esquerda.
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Segundo o conselheiro pessoal do primeiro-ministro demissionário, Bondevik «telefonou ao rei para o informar de que entregaria a demissão do seu Governo em Outubro, depois da apresentação do projecto-lei das Finanças para 2006».
O Partido Trabalhista de Jens Stoltenberg, coligado com a Esquerda Socialista e o Partido Centrista, ganhou as eleições de segunda-feira, obtendo 88 dos 169 assentos no Parlamento.
«Tenho muita vontade de ser primeiro-ministro, porque é um trabalho importante e significativo e porque quero colocar a Noruega no caminho certo», afirmou Stoltenberg.
«A primeira coisa a fazer é criar uma plataforma política antes de começar a distribuir os Ministérios», disse Stoltenberg à cadeia Nrk, acrescentando que pretende formar Governo paritário, ou seja com 50 por cento de mulheres.
As negociações para esta plataforma começarão dentro de uma ou duas semanas, mas os preparativos têm início já esta terça-feira, com uma reunião da Assembleia do Partido Trabalhista.
Stoltenberg disse contar que as negociações com as suas parceiras políticas sejam difíceis por haver ainda temas relativamente aos quais não há consenso, nomeadamente a exploração de crude no Mar de Barents, a construção de fábricas eléctricas com propulsão a gás, ou a entrada do seu país na União Europeia.
O futuro primeiro-ministro, economista de 46 anos conseguiu para o Partido Trabalhista 62 deputados, colocando-o na mesma posição que tinha na década de 90.
A aliança formada pelo Partido Trabalhista (AP), o Partido da Esquerda Socialista (SV) e o Partido Centrista (SP) obteve 88 dos 169 assentos do Parlamento da próxima legislatura, contra os 81 logrados pelos seus rivais do bloco de centro-direita dirigido pelo primeiro-ministro Bondevik.