Bento XVI já chegou a Ancara para uma visita de quatro dias à Turquia, cerca de três meses depois da polémica suscitada por declarações do Papa sobre o profeta Maomé. O primeiro-ministro turco, Recep Tayyp Erdogan, que o recebeu no aeroporto, manifestou «felicidade por vê-lo e cumprimentá-lo em solo turco».
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À espera de Bento XVI à saída do avião estavam os principais representantes das igrejas católicas e ortodoxa turcas, assim como o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyp Erdogan, que só na segunda-feira decidiu encontrar-se com o Papa antes de partir para a Cimeira da NATO em Riga.
O gesto diplomático do chefe de Governo turco é visto como um sinal diplomático importante, depois da Turquia ter reagido de maneira muito crítica às declarações que Bento XVI fez em Setembro passado.
Durante uma visita à Alemanha, o Papa afirmou, ao citar um imperador bizantino, que Maomé só tinha dado ao mundo a ideia de espalhar a religião «através da espada».
Bento XVI e Erdogan saudaram-se com um aperto de mão antes de seguirem para um encontro na sala VIP do aeroporto internacional de Ancara.
Nesta ocasião, o primeiro-ministro turco salientou o facto da visita do Papa acontecer «num momento muito importante», evocando a apresentação na ONU da iniciativa Aliança das Civilizações.
Antes Erdogan tinha criticado os «grupos marginais» que «demonstrando uma visão redutora», organizam manifestações contra a visita do Papa.
«A nossa religião respeita todos os profetas. Amamos, reconhecemos e respeitamos todos os profetas, como respeitamos o nosso», disse.
Pouco antes da descolagem do avião que o levou à Turquia, Bento XVI afirmou aos jornalistas que a visita tem como objectivo «a compreensão e o diálogo entre as culturas».
O Papa classificou a Turquia como uma «ponte entre as culturas» ocidental e muçulmana.
A visita de Bento XVI à Turquia envolve um aparato de segurança superior ao que rodeou a visita que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fez ao país em Junho de 2004.