Manuela Ferreira Leite considerou que as suas prioridades são agora os problemas de natureza social, já que são estes os que preocupam a sociedade portuguesa. Em Odivelas, a candidata à liderança do PSD acusou de Governo de só falar em «projectos megalómanos».
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Manuela Ferreira Leite entende que a prioridade política deixou de ser a redução do défice para ser agora os problemas de natureza social, uma vez que são estes os que preocupam mais a sociedade portuguesa.
Numa sessão de esclarecimento em Odivelas, a candidata à liderança do PSD embora admita que o problema das contas públicas ainda não está totalmente resolvido, lembrou que Portugal tem um «grave problema de desemprego».
A antiga ministra das Finanças acusou os socialistas de minimizarem este problema ao falarem apenas em percentagens e questionou mesmo se «alguém ouviu o PS ou o Governo socialista falarem da questão dos novos pobres».
Ferreira Leite considerou ainda que o Executivo de José Sócrates apenas se dedica a anunciar «projectos megalómanos», sem precisar quais são, e exigiu esclarecimentos sobre o financiamento das obras públicas.
A candidata à liderança social-democrata sublinhou ainda que quer «fazer a diferença» em relação ao actual Governo com reformas sem hostilizar as pessoas e com o prezar da concertação social.
«O partido que está no poder está mais ou menos à rédea solta, ninguém lhe faz frente. Pedmos fazer-lhe frente, mas não amedrontamos ninguém. Não somos considerados pela opinião pública como potenciais e credíveis vencedores das eleições de 2009», admitiu.
A ex-ministra disse ainda que quer «reconduzir o partido a uma matriz social-democrata» e repudiou «veementemente qualquer linguagem do partido que põe de um lado elites e do outro as bases, como se de repente se tivesse instalado no PSD a luta de classes».
«Não somos um partido marxista, somos um partido interclassista», acrescentou Manuela Ferreira Leite, que frisou não ser actriz, uma situação que, na sua opinião, tornará «muito difícil eu aceitar que me trabalhem a imagem».