Por unanimidade e aclamação os professores aprovaram uma greve nacional para os dias 17 e 18 de Outubro. A decisão foi anunciada depois da marcha que percorreu a Avenida da Liberdade, em Lisboa, até ao Rossio, e que segundo os sindicatos reuniu 30 mil docentes.
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Os professores que participaram neste protesto contra a revisão do Estatuto da Carreira Docente ameaçam com a realização de uma greve nacional a 17 e 18 de Outubro se o Governo não mudar de atitude.
O pré-aviso de greve será entregue sexta-feira, caso «o Ministério da Educação não dê provas inequívocas de estar disposto a abrir um processo negocial em que as posições sindicais sejam democraticamente tidas em conta».
Paulo Sucena, porta-voz da plataforma que integra 14 sindicatos, que apoiaram a manifestação realizada esta quinta-feira, deixou um «ultimatum» ao Governo.
«Ou o secretário de Estado [Jorge Pedreira] admite um verdadeiro e real processo de negociação, em que são tidas em conta as propostas dos sindicatos ou realizamos uma greve a 17 e 18 de Outubro», anunciou o dirigente sindical, perante os aplausos de milhares de professores.
Antes da aprovação da paralisação, os professores presentes
no plenário de encerramento da marcha, no Rossio, em Lisboa, «aclamaram» ainda uma moção, na qual consideram que o Ministério da Educação «visa destruir o actual estatuto» da carreira docente, além de «ferir direitos constitucionais».
«Os professores e educadores consideram condenável a atitude de extrema inflexibilidade do Ministério da Educação no que respeita à negociação de questões fundamentais e decisivas para o futuro da profissão docente, como a estrutura da carreira, o direito de acesso ao topo, a contagem integral do tempo de serviço e a avaliação de desempenho, entre outras», lê-se no documento.
As próximas rondas negociais com o Governo estão previstas para 17 e 18 de Outubro, coincidindo com as datas da greve hoje anunciada, mas quarta-feira, o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, que lidera as negociações, acedeu à marcação de uma reunião extraordinária para a próxima quinta-feira.