Ana Benavente anunciou hoje em Díli que os professores portugueses a trabalhar em Timor vão receber 14 meses de subsídio de deslocação, no valor de mil dólares mensais. Uma resolução que constitui «apenas o cumprimento do contrato firmado.
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A Secretária de Estado da Educação, Ana Benavente, anunciou hoje em Díli que os professores portugueses a trabalhar em Timor vão receber 14 meses de subsídio de deslocação, no valor de mil dólares mensais.
Os professores estão em Timor-Leste de 1 de Setembro a 31 de Agosto e tinham direito a um subsídio de mil dólares por cada mês de deslocação.
O anúncio da decisão do Ministério da Educação, de passar de 12 para 14 meses o pagamento do subsídio, foi bem acolhido pelos cerca de 50 professores presentes.
Ana Benavente fez o anúncio num convívio de Natal realizado na residência do chefe da missão de Portugal em Díli, para o qual foram convidados professores, militares, forças de segurança, organizações não-governamentais (ONG), jornalistas e outros membros da comunidade portuguesa em Timor-Leste.
Vítor Melícias, Comissário para o apoio à transição em Timor-Leste, esteve também presente no convívio.
A Secretária de Estado ofereceu a cada um dos professores presentes um livro de poesia.
Os professores ofereceram a Ana Benavente e a Vítor Melícias um «tais» (pano tradicional timorense).
Durante o convívio foi lida uma mensagem do Presidente da República em que Jorge Sampaio «manifesta profundo apreço e reconhecimento» pelo trabalho desenvolvido no território pelos cooperantes portugueses, em «condições árduas» e «tantas vezes arriscadas».
O professor Filipe Silva, que se tem assumido como porta-voz dos professores portugueses em Timor-Leste, congratulou-se hoje com o anúncio pela secretária de Estado da Educação de que vai ser pago o subsídio em falta relativo ao mês de Setembro.
«Fico muito contente», disse Filipe Silva à Lusa, ressalvando porém que o pagamento dos montantes em falta constitui apenas o cumprimento do contrato firmado entre os professores e o Estado português.
Os professores reivindicam ainda que cada ano em funções em Timor-Leste conte como dois ou 1,5 anos para efeitos de antiguidade, um pedido que a secretária de Estado da Educação, Ana Benavente, se comprometeu a transmitir a Lisboa, apesar de ressalvar que também em Portugal alguns professores trabalham em condições nada fáceis.
Filipe Silva reconheceu que há professores em situação difícil em Portugal, «mas não estão a 14 mil quilómetros de distância», facto que em seu entender justifica um regime de excepção para os professores em Timor-Leste.
Quanto à eventualidade de outros cooperantes também poderem vir a exigir aquela regalia, o «porta-voz» dos docentes considera que todos devem ter essa benesse, recordando que o Estado português criou um estatuto especial para os cidadão que estão a auxiliar a transição de Timor-Leste e deve no quadro desse estatuto conceder-lhes regalias.