A maioria dos profissionais de saúde dá pouca informação às mulheres sobre a pílula do dia seguinte, um medicamento para evitar uma gravidez indesejada, revelou um estudo da DECO/Pro Teste, quinta-feira, divulgado.
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A equipa da DECO/Pro Teste realizou 94 visitas anónimas a centros de saúde, hospitais, farmácias e outros serviços que prestam apoio no domínio da sexualidade e apenas conseguiu comprar a pílula do dia seguinte ou obter uma consulta em 77. Destes, 52 reprovaram no atendimento.
Os resultados do estudo, publicados na edição de Dezembro da revista Teste Saúde da DECO/Pro Teste, apontam para um «deficiente» atendimento a quem procura a pílula do dia seguinte.
Ao contrário do que impõe a Direcção-Geral da Saúde e a Ordem dos Farmacêuticos, a maioria dos profissionais de saúde não se preocupou em aconselhar a mulher acerca da forma de tomar o medicamento e que o deveria fazer o mais rapidamente possível, para uma maior eficácia.
«Raros são também os profissionais que dão conselhos para prevenir a gravidez e as doenças sexualmente transmissíveis», concluiu a equipa da DECO.
Dos centros de saúde em que houve consulta, a maioria disponibilizou gratuitamente a pílula, tal como determina a Lei.
Em Portugal existem três pílulas de emergência, a Tetragyon, sujeita a receita médica obrigatória, a Norvelo e a Levonelle, de venda livre.
Para ser eficaz, a pílula do dia seguinte tem de ser tomada até 72 horas após a relação sexual desprotegida, e garante um melhor resultado nas primeiras 24 horas.