Três anos depois de ter sido lançado o programa Polis de Albufeira ainda não viu nenhuma obra feita. Perante as críticas da oposição, o autarca da cidade, Desidério Silva, aponta o dedo ao governo.
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O Polis é um programa de parceria entre o governo e as autarquias para a requalificação de diversas cidades.
Faltam 524 dias para o fim do programa Polis em Albufeira mas três anos passados do seu lançamento nem uma obra avançou. Fernando Anastácio, líder da bancada socialista na assembleia municipal diz que, ao contrário do que se passa noutras cidades do país, em Albufeira o programa é uma miragem.
Para que as obras avançassem era necessário aprovar o plano de urbanização da frente de mar plano que o Conselho de Ministros só muito recentemente ratificou e com 13 meses de atraso.
Todas as obras deveriam estar terminadas em 2005, mas a sociedade Polis atravessa problemas que a oposição na câmara denuncia: «com uma sociedade Polis, de que o governo e câmara são accionistas, que não tem orçamento aprovado para 2003 e plano de actividades, com uma sociedade que ainda nem aprovou as contas do exercício de 2002 porque não consegue reunir a Assembleia Geral, e quando nos aproximamos de um ciclo eleitoral autárquico eu começo a perguntar se o presidente da câmara não vai pôr na balança o prejuízo eleitoral da má imagem de umas obras feitas em cima das eleições e se com isso não as põe em causa e não as abandona», questiona.
O Polis de Albufeira iria envolver 55 milhões de euros mas sem obras à vista parte dos fundos comunitários podem perder-se definitivamente.
Perante as críticas da oposição, o presidente da Câmara de Albufeira, Desidério Silva, aponta o dedo ao Governo e diz que já pediu contas à ministra das Finanças (registo áudio). O autarca diz que «neste momento há projectos concluídos, as verbas, até agora, dentro dos fundos comunitários, estão asseguradas e portanto tem havido aqui alguns bloqueios, não da parte da câmara mas sim em termos governamentais».
O presidente da Associação Nacional de Municípios (ANM), Fernando Ruas, reconhece que os atrasos são generalizados e diz que o importante é perceber porquê (registo áudio). No entanto, estes atrasos não põem em causa os fundos comunitários, tranquiliza o presidente da ANM: «estamos perfeitamente em condições de executar os fundos comunitários, assim eles sejam comprometidos e disponíveis (...). O que é preciso é definir bem as situações».