O Ministério da Educação anunciou que não fará a divulgação pública do prometido relatório da auditoria ao concurso de professores. O PS acusa o Governo de precipitação por prometer o que fica por cumprir e os sindicatos querem o apuramento de responsabilidades.
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A decisão da não divulgação dos dados é da ministra da Educação, Maria do Carmo Seabra, que alegou a confidencialidade dos dados.
A opção desta responsável contraria o anúncio do ministro Morais Sarmento que logo a seguir à reunião do Conselho de Ministros, de quinta-feira, chegou a anunciar que o relatório seria divulgado ao fim da tarde.
Falhada a promessa, o ex-ministro socialista da Educação, Augusto Santos Silva acusa Morais Sarmento e o próprio Governo de «precipitação».
«Se a comissão de inquérito ainda não terminou os trabalhos porquê que o ministro da Presidência comunica ao país que os resultados vão ser divulgados? Como é que se explica que mês e meio depois do prazo que foi fixado para o relatório ser tornado público os resultados não serem conhecidos?»
O responsável alerta ainda para que se evite uma nova «catástrofe no próximo ano» no que respeita à colocação dos professores.
João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação, diz que «não faz sentido afirmar que o inquérito está terminado quando o ministério não está em condições de o divulgar» e lamenta que depois de passado o prazo prometido pelo Governo para revelar as conclusões ainda não haja um apuramento de responsabilidades.
«Tudo isto demonstra a incapacidade do Ministério da Educação para gerir as questões pelas quais é responsável», explicou.
Por sua vez, a FENPROF exige acesso às conclusões, mesmo que parciais, do relatório em causa.
«A FENPROF vai exigir a divulgação dos resultados. É preciso que aconteça em nome da transparência. No ministério há naturalmente matéria confidencial, mas existe também de natureza técnica e política, que tem que ser conhecida», defendeu Augusto Pascoal.