O PS defendeu, esta segunda-feira, que a presença policial no aterro da Valorsul é necessária para repor a legalidade e criticou o líder parlamentar do PCP por estar ao lado dos grevistas da empresa. Bernardino Soares diz lamentar estas declarações.
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Questionado sobre a posição do PS em relação à presença policial no aterro sanitário de Mato da Cruz, em Loures, o deputado socialista José Junqueiro declarou que «as forças de segurança são necessárias para repor uma situação de legalidade quando ela não existe».
José Junqueiro disse que tanto «o direito à greve» como «o direito dos que querem trabalhar» devem ser assegurados, reforçando que «o direito à greve é inalienável, mas quem quer trabalhar também tem esse direito», frisou.
O deputado socialista comentou ainda o facto de ter visto na televisão o líder parlamentar do PCP ao lado dos grevistas da Valorsul, reprovando tal comportamento.
«Estranha-se o novo estatuto de Bernardino Soares. Além de ser líder parlamentar do PCP, agora também faz um 'part-time' na Valorsul e no piquete de greve. Quis ser parte do problema e não ajudar à solução, que é o que se exige de um político», comentou.
«Desconhecíamos e lamentamos esse estatuto, que obriga a que modifique a sua declaração de interesses», acrescentou.
Bernardino Soares lamenta declarações de Junqueiro
Na resposta, Bernardino Soares disse já estar habituado a que o PS esteja do «lado oposto da barricada» quando se trata de defender os direitos dos trabalhadores, lamentando o tom das declarações do deputado socialista.
«O dr. José Junqueiro procura fazer uma graça de mau gosto com um assunto muito sério, porque os deputados do PS não estão preocupados em acompanhar os problemas dos trabalhadores e das populações, mas não é isso que acontece com o PCP», considerou.
No entender de Bernardino Soares, José Junqueiro quer «escapar à questão de pertencer a uma maioria que apoia um Governo que mandou as forças da segurança impor uma ilegalidade e tentar limitar o direito à greve numa empresa, cumprindo ordens da administração e desrespeitando os direitos dos trabalhadores».