O PS está disponível para ouvir a Igreja Católica sobre as alterações à lei do divórcio, mas lembra que o diploma é apenas sobre o divórcio civil, salientado as qualidades da proposta «reflectida» e «justa» que pretende acabar com o conceito de culpa.
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Na conferência de imprensa de apresentação do projecto-lei que altera este regime jurídico, o líder do grupo parlamentar do PS esclareceu que nenhuma confissão religiosa foi ouvida durante a preparação do diploma, embora tenha mostrado abertura para que esta situação possa vir a acontecer.
De qualquer forma, as preocupações da Igreja Católica em nada abalaram as ideias dos socialistas nem motivam qualquer reflexão de Alberto Martins que defende um projecto que considera justo.
«Não sou comentador das acções de outrem por mais respeitáveis e institucionais que sejam», afirmou o líder parlamentar do PS, considerando que a proposta é positiva para a sociedade portuguesa por ser «reflectida, rigorosa, estudada, profunda, inovadora e justa».
Na semana passada, o presidente da conferência episcopal, Dom Jorge Ortiga, afirmou que as iniciativas legislativas que facilitem o divórcio contribuem para a instabilidade da vida familiar.
Uma ideia que é rejeitada pela deputada independente eleita pelo Movimento Humanismo e Democracia e que está incluída no grupo parlamentar do PS.
Maria do Rosário Carneiro, que também esteve presente nesta conferência de imprensa, saiu em defesa do projecto socialista. Para a deputada a família só é um bem a preservar quando é funcional.
Na apresentação do projecto que elimina o conceito de culpa passa a ser crime a violação dos deveres de responsabilidade parental e a pensão para o ex-cônjuge tem também carácter temporário e renovável, desde que esta se justifique.