O Parlamento discute, esta sexta-feira, a realização de um inquérito parlamentar sobre as alegadas falhas do Banco de Portugal no caso BCP, mas o PS e o PSD deverão chumbar a proposta do CDS-PP.
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O Parlamento discute, esta sexta-feira, a proposta do CDS-PP de iniciar um inquérito parlamentar para averiguar as responsabilidades por falhas na supervisão do Banco de Portugal às alegadas irregularidades no BCP.
Na proposta, o CDS-PP refere que quer apurar a responsabilidade atribuível ao Governador do Banco de Portugal por, «omitindo ou negligenciando os seus deveres legais no caso, ter contribuído para legitimar práticas irregulares que lesaram gravemente os accionistas e o mercado».
Contudo, a maioria socialista já afastou a possibilidade de aprovar a proposta, considerando a abertura de um inquérito parlamentar sobre o caso inútil e desnecessária.
Também o líder parlamentar do PSD, Pedro Santana Lopes, já fez saber que os sociais-democratas não vão apoiar a proposta do CDS-PP, dizendo que o mais natural é que o partido se abstenha e frisando que a Assembleia da República «não é nenhum tribunal».
No entanto, o líder parlamentar do CDS-PP disse à TSF que o partido vai insistir na proposta, porque em Janeiro disse «que deveria haver um inquérito parlamentar», pelo que quer manter a mesma opinião.
«Não fazemos desta matéria um assunto político de avanços e recuos, porque aquilo que nós sentimos é que houve um grande falhanço da supervisão financeira e bancária em Portugal», sublinhou.
Diogo Feio acrescentou que «o Governador do Banco de Portugal assumiu no Parlamento que não há sistemas infalíveis», logo, «se não há sistemas infalíveis é porque houve falhas e se houve falhas devem ser determinadas responsabilidades».