O PS pede a demissão do secretário de Estado das Comunidades e do director-geral do Ensino Superior que «não têm condições para continuar em funções» devido ao seu «envolvimento» na entrada da filha de Martins da Cruz na faculdade.
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O pedido do PS surge na sequência do parecer da Procuradoria Geral da República (PGR) que considera que o ex-ministro do Ensino Superior, Pedro Lynce, violou a lei com o despacho que permitiu a entrada em Medicina da filha do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.
Em declarações à Lusa, o deputado do PS Augusto Santos Silva defendeu que o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário (na foto), e o director-geral do Ensino Superior, Luís Filipe Requicha Ferreira «não têm condições para continuar em funções».
Para Santos Silva, é «inadmissível» que os dois responsáveis continuem em funções «depois do seu envolvimento neste caso».
Recorde-se que Requicha Ferreira assinou um despacho que permitiu a entrada da filha de Martins da Cruz em Medicina, enquanto José Cesário apresentou em Conselho de secretários de Estado uma proposta de alteração do regime de acesso aos Ensino Superior dos filhos de diplomatas.
Este caso levou à demissão dos dois ministros.
Também hoje, e na sequência do parecer do PGR, o Bloco de Esquerda pediu as demissões dos secretários de Estado das Comunidades e Educação.
A deputada comunista, Luís Mesquita, por seu lado, afirmou que o parececer da PGR confirma «as piores suspeitas» neste processo.
O líder parlamentar do PSD, Guilherme Silva, afirmou à Lusa que todas as conclusões a tirar neste caso já foram tiradas. O secretário-geral do CDS, Toa Soares, considerou «despropositados» os pedidos de demissão feitos pelo PS.