O PSD acusou o Governo de estar a atacar Alberto João Jardim para iludir a insatisfação popular com a governação socialista. No último dia do debate na generalidade do Orçamento de Estado, o CDS-PP falou numa contracção do investimento para valores «que fazem corar qualquer liberal».
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O líder parlamentar do PSD acusou, esta quinta-feira, o Governo de atacar o presidente do Governo Regional da Madeira com o objecto de iludir a insatisfação popular com a sua governação.
Num discurso feito no último dia de debate na generalidade do Orçamento de Estado para 2007 (OE2007), Marques Guedes explicou que o primeiro-ministro «sabe e sente» que está a perder a «credibilidade da sua governação» perante a «insatisfação social crescente».
Por isso, continuou o deputado social-democrata, Sócrates precisou de uma «prova de autoridade» e confundiu as funções de primeiro-ministro e de secretário-geral do PS «concentrando as atenções num inimigo de estimação que lhe permita sublimar as frustrações da família socialista».
Luís Marques Guedes foi mesmo mais longe ao considerar que o «ataque obsessivo e pessoalmente dirigido» contra Alberto João Jardim «é um acto de populismo primário».
«Revela uma visão claramente distorcida, quando a não total falência do sentido de Estado e de responsabilidade que se espera de um primeiro-ministro. É bom que arrepie caminho porque a sua estratégia está a levá-lo a passar das marcas», acrescentou.
Marques Guedes lembrou ainda que se não tivesse ocorrido o aumento da carga fiscal que houve desde o início da governação socialista, o défice para 2007 seria de 5,3 por cento do PIB e não de 3,7.
O líder da bancada social-democrata contestou ainda o aumento dos impostos e o sacrifício na área do investimento, uma das razões que levaram o PSD a optar pelo voto contra o OE2007.
Na mesma linha, o deputado do CDS-PP Diogo Feio justificou o voto contra do seu partido a este Orçamento, recordando o aumento da dívida pública e da carga fiscal, bem como a contracção do investimento para valores «que fazem corar qualquer liberal».
O parlamentar centrista insistiu ainda que o Governo está a «rectificar» promessas eleitorais, tendo proposto medidas como um regime mais favorável para as Pequenas e Médias Empresas» e a divisão do rendimento a tributar «não só por marido e mulher, mas também pelos filhos».