O líder do PSD, marques Mendes, acusa o Governo de querer controlar a Entidade Reguladora para os Serviços Energéticos, colocando como presidente um ex-governante de António Guterres, e a concessão de crédito pela Caixa Geral de Depósitos.
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No debate mensal na Assembleia da República, o presidente do PSD lembrou que há um diploma do seu partido entregue há seis meses e considerou que a acção do Executivo nessa área resume-se a «imobilismo, crispação e cortes financeiros».
Marques Mendes aproveitou para levantar a questão da demissão do presidente da Entidade Reguladora para os Serviços Energéticos (ERSE), Jorge Vasconcelos, que disse ter sido «um golpe de mão de última hora, com a subserviência dos deputados socialistas, para impedir que fosse ouvido no Parlamento».
O líder social-democrata acrescentou que «se é verdade que para o seu lugar o Governo vai escolher um ex-governante socialista, ex-secretário de Estado do ex-ministro Pina Moura, trata-se de um golpe total e completo na isenção e na independência da ERSE».
«Se for assim mais vale acabar com a ERSE e substituí-la por uma direcção-geral. Para compor o ramalhete só falta também nomear algum assessor do ministro da Economia», declarou, adiantando que vai apresentar um projecto para mudar o regime de nomeação dos presidentes das entidades reguladoras.
Além de contestar a nomeação de um ex-secretário de Estado de Pina Moura, actualmente deputado e presidente da Iberdrola Portugal, Marques Mendes retomou a questão da concessão de crédito pela Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Marques Mendes afirmou que esta está nas mãos de «três militantes do PS, dois dos quais verdadeiros comissários políticos».
Em seguida, o presidente do PSD acusou ainda o Governo de, em vez de reduzir serviços da Administração Pública, ter decidido «criar três novas empresas públicas».
Em resposta, o primeiro-ministro, José Sócrates, contestou as posições de Marques Mendes quanto ao Ensino Superior, discordando que o órgão de topo de cada instituição tenha uma maioria de pessoas externas e que os reitores possam não ser professores.