«Desajustadas à realidade do país». É assim que o PSD considera a mensagem que António Guterres dirigiu ao país no dia de Natal. O primeiro-ministro cessante defendeu que Portugal deve ser um dos países do mundo a relançar mais rapidamente sua economia em 2002.
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Na sua mensagem de Natal, António Guterres, defendeu que Portugal deve ser um dos países do mundo a relançar mais rapidamente sua economia em 2002. Hoje o PSD considerou estas afirmações «desajustadas à realidade do país».
Manuela Ferreira Leite, líder parlamentar do PSD, disse hoje que gostava de saber em que é que o primeiro-ministro se baseou para fazer esta afirmação: «O engenheiro António Guterres passou a mensagem de que está tudo bem quando sabe que o país está bem pior do que o encontrou».
A dirigente social-democrata considerou ainda que Guterres «aproveitou o facto de ser primeiro-ministro de gestão para passar uma mensagem desajustada ao país que existe».
«Ficou sem se perceber porque é que o primeiro-ministro se vai embora», afirmou a dirigente do PSD, adiantando que as finanças públicas enfrentam «um problema gravíssimo».
Na última mensagem que proferiu como primeiro-ministro, Guterres assinalou também que a recuperação da economia é fundamental para a criação de competitividade e de solidariedade e adiantou que Portugal tem actualmente uma taxa de desemprego mais baixa do que em 1995, quando subiu ao poder.
Manuela Ferreira Leite contrapõe e diz que há uma «ausência de competitividade da economia» com desemprego oculto.
«Nenhum país poderá ser solidário se não for competitivo e não poderá ser competitivo se não houver solidariedade e coesão no seu interior», disse o primeiro-ministro, depois de considerar que Portugal percorreu um longo caminho em matéria social desde a primeira vez que, em 1995, se dirigiu aos portugueses numa mensagem de Natal.