O vice-presidente do PSD Rui Gomes da Silva afirmou, este sábado, que a RTP deveria recusar a contratação directa ou indirecta da jornalista Fernanda Câncio, porque ela tem «um relacionamento» com o primeiro-ministro, José Sócrates.
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Em conferência de imprensa, na sede do PSD, Rui Gomes da Silva quis reiterar a discordância do seu partido em relação à participação da jornalista do Diário de Notícias Fernanda Câncio num programa da RTP2 sobre bairros
sociais.
«Estes factos, incomodem ou não quem quer que seja, continuarão a ser assumidos e a ser ditos pela direcção do PSD», declarou, referindo-se a «contratações por uma produtora externa da RTP».
Questionado sobre que contratações externas da RTP o PSD contesta, Rui Gomes da Silva respondeu que o seu partido «contesta a contratação externa de uma jornalista que a RTP foi buscar única e exclusivamente por razões que são de todos conhecidas».
Seguiu-se uma série de perguntas dos jornalistas para que o vice-presidente do PSD identificasse a jornalista e as razões a que se estava a referir.
«Estou-me a referir em concreto à jornalista Fernanda Câncio», declarou, sublinhando que as razões mencionadas estão relacionadas com «um relacionamento com o primeiro-ministro».
Rui Gomes da Silva adiantou que tem conhecimento desse relacionamento devido a «todas as notícias que saíram durante os últimos três anos».
De acordo com o vice-presidente do PSD, «não é uma situação normal» a contratação directa ou indirecta da jornalista Fernanda Câncio para a RTP por se tratar de uma televisão pública.
«Em política o que parece é. À mulher de César não basta ser séria, tem de parecer. Aconselharia a prudência que estas coisas não acontecessem», sustentou.
«Nós não contestamos que a jornalista desenvolva a sua profissão com um relacionamento com qualquer político, aliás, antes pelo contrário. A única coisa de que discordamos é que essa actividade profissional seja feita num canal de televisão que é público», sublinhou, ressalvando que para o
PSD em relação «à SIC, à TVI, aos canais privados, à produção privada as pessoas são livres de fazer o que entendem».