O líder do PSD criticou esta sexta-feira a forma «incompetente» como o Governo está a tratar a questão dos aumentos da electricidade. Marques Mendes defendeu uma subida «gradual e faseada» das tarifas ao longo dos anos.
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O líder social-democrata acusou o Executivo, em declarações aos jornalistas, de estar informado sobre o aumento das tarifas da electricidade, mas fingir que não sabia de nada.
«A forma como o Governo está a tratar este 'dossier' demonstra incompetência, desprezo pelas famílias e falta de seriedade política, porque o executivo sabia de tudo, mas faz de conta que está surpreendido», afirmou Marques Mendes.
Na quinta-feira, o ministro da Economia disse que o aumento das tarifas vai ficar entre os 6 e os 8 por cento e que o Governo considera «inaceitável» o aumento de 15,7 por cento proposto pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE).
Manuel Pinho afirmou por isso que o Governo está disposto a aplicar «mecanismos que permitam reduzir de forma substancial» a subida de preços.
Instado a comentar estas declarações, Marques Mendes não falou em números concretos, mas lembrou que um aumento entre os 6 e os 8 por cento representa «um valor quatro vezes superior à inflação».
Marques Mendes defendeu antes «uma solução gradual, faseada ao longo de vários anos», que não penalize os consumidores «com esta enorme violência».
«A electricidade é um bem essencial, não é um bem de luxo», sublinhou Marques Mendes, aconselhando o executivo socialista a ter «maior sensibilidade social» e respeito pelos consumidores.
Questionado sobre se defende a demissão do secretário de Estado da Indústria e da Inovação, que quarta-feira declarou que a «culpa» do aumento da energia eléctrica para os consumidores domésticos é do consumidor, Marques Mendes disse que não pede «a cabeça de ninguém».
«Esse é um problema do primeiro-ministro», afirmou, reiterando, contudo, que as declarações de António Castro Guerra são um «descaramento».
«Como andamos de disparate em disparate no ministério da Economia, recomendava ao primeiro-ministro que pusesse ordem na casa», acrescentou.