A direcção do PSD considera que foi feita uma «interpretação abusiva» pelo ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, que esta quinta-feira classificou de «indecorosa» a sugestão de Luís Filipe Menezes de que o lugar de presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos devia ser ocupado por uma personalidade próxima dos social-democratas.
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Rui Gomes da Silva faz a defesa da honra do PSD. O presidente do partido apenas quis contribuir de forma positiva para a nomeação do novo presidente da Caixa Geral de Depósitos, explica.
O dirigente social-democrata responde desta forma à acusação de que Luís Filipe Menezes tenta «meter cunhas» para a escolha de um social-democrata para a CGD, feita esta quinta-feira pelo ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira.
«A frase do senhor ministro da Presidência é 'meter cunhas em público'. A única forma transparente que nós conhecemos é falar em público, defender ideias em público, anunciar o nosso pensamento, a definição de uma estratégia política em público. O senhor ministro diz que o líder do PSD mete cunhas em público, não, o líder do PSD defende posições de princípio em público», reage Gomes da Silva.
«Provavelmente o senhor ministro estará movimenta-se melhor a meter cunhas em privado, domina e prefere os corredores do poder em detrimento do confronto livre e transparente do palco democrático», acrescenta.
O vice-presidente do PSD recorda ainda que desde o 25 de Abril que o presidente do banco público e/ou governador do Banco de Portugal não são do partido do Governo.
«Quando o governo é de uma cor política a presidência da CGD ou o governador do Banco de Portugal não pertencem, ou em determinadas situações os dois, não pertencem ao partido do governo», salientou Rui Gomes da Silva.
O responsável aproveitou ainda para avivar a memória do ministro da presidência: «Ele que é tão afoito a recolher dinheiro para que o senhor primeiro-ministro possa passar férias no estrangeiro que seja também afoito a recolher dados que tenham a ver com a verdade e que não omitam a realidade em função dos seus interesses».