O PSD congratulou-se com a escolha de Faria de Oliveira para presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD). O vice-presidente social-democrata, Rui Gomes da Silva, afirmou que o partido conseguiu travar a escolha para o cargo de «uma pessoa» do partido do Governo, o PS.
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Em declarações à TSF, Rui Gomes da Silva adiantou que o mais importante é que se mantenha a tradição e mostrou-se satisfeito na medida em que considera que o PSD conseguiu travar a escolha de alguém ligado ao actual Executivo para a presidência da CGD.
«Era reconhecido nos meios e praças financeiras que o Governo se preparava para nomear um membro do actual Governo para presidente da CGD. Era esta a intenção do senhor ministro das Finanças e seus colegas. O senhor ministro pode dizer que nunca teve essa ideia na cabeça mas todos sabemos qual era o nome falado», afirmou Rui Gomes da Silva, numa referência ao ministro da Economia, Manuel Pinho.
«Como é que era possível admitir a saída do doutor Santos Ferreira sem ter um nome em vista? Claro que o Governo sabia quem queria e pretendia que fosse um membro do Governo socialista», prosseguiu o vice-presidente do PSD, considerando que só «a determinação e frontalidade» do líder social-democrata Luís Filipe Menezes foram capazes de evitar este cenário.
Rui Gomes da Silva realçou ainda que Teixeira dos Santos «pode vir disfarçar, pode falar dizendo que não ligou às pressões do PSD, mas todos sabemos que não está a falar a verdade».
O vice-presidente social-democrata referiu-se também à analogia feito pelo ministro das Finanças que comparou Luís Filipe Menezes a um «caçador inexperiente» que dispara em todas as direcções e pode acertar nos próprios pés. Uma declaração que surgiu depois do líder do PSD ter considerado que a nomeação de um socialista para a presidência da CGD seria um «sinal intolerável da vontade de controlo de todo o sistema financeiro».
Em defesa de Luís Filipe Menezes, Rui Gomes da Silva lamenta o que considerou serem «ofensas».
«Lamentamos as ofensas do senhor ministro ao doutor Luís Filipe Menezes que nesta matéria como em todas as outras nunca ofendeu ninguém, bateu-se por princípios, por ideias, por um perfil que deveria corresponder idealmente ao presidente da CGD», adiantou.
O vice-presidente do PSD considerou que o ministro das Finanças devia antes estar preocupado com a «governação» e defendeu que deve «responder na Assembleia da República sobre as responsabilidades que teve, quer ele quer o doutor Vítor Constâncio» no que se refere à situação conturbada que se tem vivido nos últimos tempos no BCP.