Os protagonistas da ruptura da coligação PSD e CDS-PP na Câmara de Lisboa trocaram, esta tarde, acusações na praça pública. Carmona Rodrigues e Nogueira Pinto criticaram-se reciprocamente de «falta de lealdade».
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Perante o que considera ser uma falta de lealdade da vereadora do CDS-PP Nogueira Pinto, o presidente social-democrata da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, afirmou que não tinha outra alternativa que não fosse acabar com esta coligação.
«O que aconteceu na reunião de câmara de ontem significou uma ruptura nos laços de confiança e lealdade que estavam subjacentes a um acordo partidário que tinha sido definido anteriormente. Fiz a minha leitura disso, ponderei bem e tomei a decisão», disse Carmona Rodrigues.
O presidente da Câmara de Lisboa retirou, na quarta-feira, os pelouros a Nogueira Pinto, depois da vereadora do CDS-PP ter rejeitado a nomeação de Nunes Barata para o cargo de presidente do conselho de administração da Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Pombalina.
Carmona Rodrigues adiantou também que já recebeu disponibilidade de outras forças políticas para que seja mantida a estabilidade governativa da autarquia.
«Vamos reflectir sobre a situação, avaliar o comportamento das outras forças políticas, algumas das quais já mostraram disponibilidade para garantir a estabilidade», disse.
Carmona Rodrigues realçou ainda que gosta de «consensos, de alargar a base governativa a todas as pessoas que queiram, de uma forma leal, responsável e na base de uma confiança que tem de existir».
Nogueira Pinto devolve críticas
A vereadora do CDS-PP devolve as críticas ao presidente da Câmara de Lisboa, rejeitando pela parte que lhe toca quaisquer responsabilidades pelo fim da coligação.
«Foi por iniciativa do professor Carmona Rodrigues que a coligação se rompeu em Lisboa», disse Nogueira Pinto aos jornalistas.
A responsável não aceita ser acusada de falta de lealdade, adiantando que a proposta agendada para os nomes da Sociedade de Reabilitação Urbana da Baixa Chiado foi alterada à última hora.
«Quero dizer que entendo a lealdade como um sentimento recíproco e uma obrigação recíproca, eu devo lealdade e é-me devida lealdade da mesmíssima maneira», afirmou.
Uma frase para dizer que Carmona Rodrigues não está a ser sério na argumentação apresentada para romper a coligação. No entanto, Nogueira Pinto não se sente vítima de uma conspiração.
«Teria muita dificuldade do ponto de vista da responsabilidade política e do compromisso com os lisboetas em dizer 'eu rompo'. Quem rompeu, rompeu, mas eu não me sinto vítima», adiantou.
Quanto ao futuro, sem rancores, a vereadora promete ser uma oposição construtiva.