PSD, PCP, BE e Verdes uniram-se, esta segunda-feira, nas críticas à proposta de Orçamento de Estado (OE) para 2007, apresentada pelo Governo. Apenas o CDS-PP admitiu um voto favorável ou a abstenção, antes de conhecer o documento.
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Pelo PSD, o vice-presidente da bancada parlamentar Miguel Frasquilho considerou que a proposta do Governo revela «más opções», como aumentos de impostos, continuação do crescimento da despesa pública e uma «descida cega» do investimento público.
Miguel Frasquilho assinalou que o OE concretiza o aumento do IRS dos reformados e o aumento do imposto sob os combustíveis, a continuação do «engordar» do Estado e a «descida cega em áreas essenciais» do investimento público.
«A economia vai continuar a divergir da média europeia», adiantou Miguel Frasquilho, salientando que, «infelizmente», isso significa que «a crise ainda não acabou».
Ainda antes de se conhecer a proposta do executivo, o secretário-geral do PCP criticou a proposta de Orçamento do Estado para 2007, considerando que penaliza as famílias e os trabalhadores, mas reservou o anúncio formal do voto contra para mais tarde.
Jerónimo de Sousa destacou o «corte brutal» do investimento público, «abaixo de 50 por cento do que foi executado em 2006» e «mais um ataque frontal aos salários e às pensões».
«Os grandes problemas económicos não vão ser resolvidos pelo corte do investimento público», alertou, frisando que vai manter-se «a carga sobre as famílias e sobre os trabalhadores».
O grupo parlamentar do CDS-PP reservou para terça-feira uma posição sobre o documento, depois do líder, José Ribeiro e Castro, ter admitido todos os cenários de voto, ainda antes da apresentação pública do OE para 2007.
Ribeiro e Castro admitiu votar favoravelmente a proposta de Orçamento de Estado para 2007 desde que exista abertura do Governo na área da segurança social, redução da despesa pública e condições para diminuir impostos em 2008.
«Obviamente que o CDS voltará a votar contra se se verificar que este orçamento é mais do mesmo», salientou, lembrando que foi este o sentido de voto dos democratas-cristãos em 2006.
O Bloco de Esquerda, através do líder, Francisco Louçã, considerou que o documento falha no objectivo de «levantar a economia nacional».
«Em primeiro lugar, este orçamento consolida as más notícias: confirma que em Portugal se reduz significativamente o investimento público, o que acontece desde 2001», criticou Francisco Louçã, que prometeu contestar a criação de taxas moderadoras para cirurgias.
Louçã lamentou ainda que a proposta preveja a redução «de apenas uma décima» da taxa de desemprego no próximo ano, que actualmente se situa nos 7,6 por cento.
O deputado Francisco Madeira Lopes, do Partido Ecologista "Os Verdes", alinhou nas críticas, considerando que a proposta orçamental do Governo para 2007 traz «más notícias para os portugueses», como a quebra do investimento público e cortes na segurança social, administração pública e saúde.