O líder parlamentar do PSD, Santana Lopes, desafiou o Governo a apresentar um plano de estímulo à economia portuguesa face à situação económica mundial, como fez Espanha, mas o primeiro-ministro, José Sócrates, considerou que por agora esse passo é desnecessário.
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No debate quinzenal na Assembleia da República, Santana Lopes, lembrou o exemplo socialista em Espanha e deixa o desafio ao Governo.
«É uma decisão errada adiar um plano de impulso à actividade económica. Porquê que o senhor primeiro-ministro precisa de mais tempo estando há três anos no Governo do que o seu grande amigo presidente do Governo de Espanha para avaliar a situação da respectiva evolução económica?», questionou.
Quanto às previsões económicas, José Sócrates respondeu que «o Governo decidiu fazer uma avaliação desse cenário económico só quando tiver dados quantitativos da sua economia».
«Nós precisamos de saber como é que estão a correr as coisas este ano e neste trimestre. Quando tivermos [os dados], assim faremos. O que queremos é dar confiança aos mercados e agentes económicos», acrescentou.
Por este motivo, o Governo prefere salientar os números do Eurostat hoje divulgados, desemprego a baixar e melhor clima económico.
Já Paulo Portas, do CDS, desafiou o Governo a encontrar dentro do país uma solução para as cirurgias às cataratas.
«Temos uma lista de espera de 29 mil pessoas à espera de uma operação às cataratas. Existe no sector social, nas misericórdias, 15 hospitais capazes de fazer essas operações, sai bastante mais económico duas ou três vezes do que a ida a Cuba», salientou.
Sobre esta matéria, Sócrates explicou que «o Ministério da Saúde está a estudar um programa de resposta àquilo que considero ser um gravíssimo problema».
«Não consigo admitir que uma cirurgia fácil de realizar hoje e que tem uma consequência tão importante na qualidade de vida tenha estas listas de espera. Algo está errado e estamos a avaliar o que será para que tenhamos um programa que reduza rapidamente estas listas de espera», acrescentou.
Uma proposta que o primeiro-ministro promete resolver em breve.