A PT considera que a Autoridade da Concorrência já tomou uma decisão sobre a OPA lançada pela Sonaecom e que os pareceres que estão agora a ser entregues pelos contra interessados não passam de um pró-forma. A PT rejeita ainda qualquer culpa pela morosidade do processo de apreciação da OPA.
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O atraso do processo deve-se «apenas à circunstância de a AdC e a Sonaecom necessitarem de encontrar justificações para tornar vendável uma solução sem precedentes em nenhum outro lado: a concentração de 60 a 70 por cento do mercado móvel a troco da substituição da concorrência pela regulação», refere a Portugal Telecom (PT) num comunicado divulgado esta quarta-feira.
Recordando que o processo decorre há cerca de 300 dias, o equivalente a cerca de 210 dias úteis, a operadora de telecomunicações defende que, «até ao momento, não há um dia de atraso imputável exclusivamente à actuação da PT».
Nestes 210 dias, o processo esteve parado «pelo menos 55 a 60 dias úteis à conta de esclarecimentos pedidos pela AdC à Notificante Sonaecom e da negociação de sucessivos ajustamentos dos compromissos», garante a PT.
PT espera chumbo da AC
A Portugal Telecom (PT) diz que espera que a Autoridade da Concorrência chumbe a OPA lançada pela Sonaecom, porque esta não foi capaz de assumir compromissos que assegurassem condições mínimas de concorrência no mercado.
Na pronúncia ao segundo projecto de decisão da Autoridade da Concorrência, a PT afirma que «as eventuais sinergias decorrentes dos compromissos negociados com a AdC, que se desconhecem, não serão passadas para o consumidor, por falta de pressão competitiva e deficit de regulação, nem para os accionistas das empresas visadas, por falta de transparência».
A operadora queixa-se ainda de que, «durante o procedimento, foram sistematicamente violados os direitos dos contra-interessados, com especial destaque para o direito à informação».