A Portugal Telecom não quer que a CMVM permite o registo da OPA da Sonaecom. A operadora portuguesa pretende que sejam esclarecidos os contornos de um acordo entre a Sonae e a France Telecom, que permite aos franceses ficar com uma posição de relevo na PT caso a OPA tenha sucesso.
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A Portugal Telecom não quer que a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários permita o registo da OPA da Sonaecom, por causa de uma acordo entre a Sonae e a France Telecom.
Em requerimento enviado à CMVM, a que a TSF teve acesso, a PT recorda que o acordo entre a Sonae e a France Telecom permitirá à operadora francesa ficar com uma posição de relevo na Portugal Telecom caso a OPA tenha sucesso.
Assinado no Verão, muito antes de a OPA sobre a PT ter sido anunciada, este acordo prevê que a Sonae tenha preferência caso a companhia francesa quer sair ou reduzir a sua participação na Sonaecom e que a France Telecom tem opção de compra sobre os títulos detidos pela Sonae.
Este acordo é relevante porque a nova lei das OPA obriga ao lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição sempre que haja controlo da empresa quer em capital social, quer em direitos de voto.
No comunicado, a PT lembrava que a Sonae e a France Telecom faziam saber que tinham em conjunto quase 70 por cento dos direitos de voto na Sonaecom, o que dá às duas empresas seis meses para explicar esta situação à CMVM.
Contudo, a PT frisa que, com a OPA a decorrer, os accionistas da operadora e o mercado em geral tem o direito de saber se há ou não concertação, o que motiva o pedido da Portugal Telecom de não registo desta operação até a situação ficar esclarecida.
A PT pretende ainda que a totalidade do acordo entre a France Telecom e a Sonae seja revelado e quer saber em que condições é que a operadora francesa pode comprar a posição da Sonae e ficar com o controlo da Sonaecom.
Se a Sonaecom comprar a PT, o valor da empresa será muito maior, podendo mais ultrapassar os 9,5 euros por acção oferecidos na OPA pela Sonaecom aos accionistas da PT.