A Quercus ameaça apresentar uma queixa no Ministério Público e em Bruxelas contra a decisão do Governo de construir o novo aeroporto em Alcochete, e não na Ota como estava previsto inicialmente. A associação ambiental argumenta que o novo projecto ainda não tem um estudo de impacto ambiental.
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Francisco Ferreira, da Quercus, não percebe como é que o Governo anuncia uma decisão destas sem saber se estão salvaguardadas todas as implicações governamentais.
«O que vemos aqui é o Governo a tomar já uma decisão política não participada e subvertendo mais uma vez aquilo que seria o curso e o objectivo de um processo de decisão que deve ter em conta os processos de decisão normais», salienta o ambientalista.
No caso do estudo de impacte ambiental estratégico incidir apenas sobre Alcochete, a Quercus vai avançar com uma queixa à Comissão Europeia e ao Ministério Público.
Os ambientalistas pedem ainda que o Governo imponha medidas cautelares imediatas que travem a especulação imobiliária dos terrenos de Alcochete depois do anúncio hoje do primeiro-ministro sobre a localização do novo aeroporto internacional.
Quanto à nova ponte sobre o Tejo, que o primeiro-ministro anunciou hoje pretender construir entre Chelas e o Barreiro, a Quercus não concorda que seja rodoviária.
«Já temos a Ponte Vasco da Gama. Porque é que esta nova ponte não é apenas ferroviária, para fomentar o transporte colectivo em vez de fomentar mais zonas de acesso ao automóvel», questionou Hélder Spínola.