O défice orçamental registou uma descida de 860 milhões de euros nos primeiros oito meses do ano, com as receitas a crescerem acima das despesas, segundo os dados da Direcção-Geral do Orçamento. Com esta evolução, o ministro das Finanças diz que o «buraco» das contas públicas vai ficar dentro da meta estabelecida pelo Governo.
Corpo do artigo
Nos primeiros oito meses do ano, o défice orçamental registou uma descida de 860 milhões de euros, ascendendo aos 5,17 mil milhões de euros em Agosto.
Segundo os dados divulgados pela Direcção-Geral do Orçamento (DGO), as receitas aumentaram 7,7 por cento, com as receitas fiscais a permitirem ao Estado arrecadar mais 6,9 por cento face aos primeiros oito meses de 2005. Já as despesas aumentaram 2,8 por cento.
Com a receita a subir acima da despesa, o ministro das Finanças disse acreditar que a derrapagem das contas públicas deverá cair para a meta fixada pelo Governo, ou seja, para 4,6 por cento face ao Produto Interno Bruto (PIB).
«Estes números estão a evoluir de forma bastante robusta, até melhor do que o previsto pelo Orçamento de Estado», realçou Teixeira dos Santos, em conferência de imprensa.
O ministro disse ainda que estes dados mostram que o «discurso do descontrolo orçamental é demagógico e irresponsável», aproveitando para reforçar a ideia de que o Governo vai manter um «rumo rigoroso» nas contas públicas.
«Vamos reduzir as despesas de funcionamento do Estado em 2007, reduzir subsídios, aprofundar o quadro de rigor e equidade fiscal», adiantou.
Para as autarquias e regiões autónomas, o governante deixou um aviso: «O Estado está a fazer até um pouco melhor do que seria necessário para um défice de 4,6 por cento. Neste momento, ainda não posso ter a certeza de que os outros subsectores estão a fazer aquilo que esperamos que façam.»
«Vamos reduzir as despesas de funcionamento do Estado em 2007, vamos reduzir subsídios, aprofundar o quadro de rigor e equidade fiscal», disse.
Os dados da DGO mostram ainda que as receitas da segurança social cresceram quase onze por cento nos oito primeiros meses do ano, enquanto as despesas aumentaram sete por cento, o que permitiu um saldo positivo em 291 milhões de euros.