A Vodafone reconheceu que falta às suas redes de terceira geração a velocidade necessária para disponibilizar serviços
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O jornal «Financial Times» noticia hoje que a Vodafone admitiu a analistas da «City» londrina que a tecnologia de terceira geração continua demasiado lenta para que os utilizadores possam receber sinais de vídeo ao vivo.
Segundo a mesma fonte, também o acesso à Internet através dos telemóveis de terceira geração será mais lento do que o acordado internacionalmente para os serviços UMTS (Universal Mobile Telecommunications System).
A norma UMTS deverá possibilitar aceder à Internet em terminais móveis com uma qualidade muito semelhante à dos PC, além de permitir num único aparelho a recepção de dados, voz, vídeo e áudio, em banda larga, a velocidades da ordem dos 2Mbits por segundo, através da rede fixa, móvel e satélite.
O grupo Vodafone afirma estar a trabalhar na configuração das suas redes UMTS de modo a garantir a transmissão de dados a velocidades de 64 mil bits por segundo, suficiente para melhorar a qualidade dos serviços de texto, mas muito abaixo do necessário para receber ficheiros de som ou de imagem com uma qualidade satisfatória.
Ainda de acordo com o «Financial Times», a Vodafone espera poder proporcionar serviços multimédia nos seus telefones de terceira geração, mesmo que para consegui-lo sejam necessários alguns anos.
A Vodafone investiu cerca de 4500 milhões de contos (22,545 milhões de euros) em licenças deste tipo de telefonia móvel em dez países da Europa.
As operadoras telefónicas pagaram em 2001 quase 25 mil milhões de contos (cerca de 125 mil milhões de euros) para conseguir licenças de terceira geração na Europa, considerando que o interesse dos utilizadores pelos serviços multimédia compensaria os gastos de instalar novas redes.
O alerta da Vodafone a propósito da velocidade avoluma as dúvidas sobre as promessas de vários operadores, segundo as quais nas datas de lançamento dos respectivos serviços de terceira geração os utilizadores poderiam ver videoclips ou jogos de futebol no ecrã do telemóvel, segundo o Financial Times.