O secretário-geral do PS reiterou a defesa de reformas e considerou que as que estão a ser aplicadas em Portugal estão a «produzir resultados». Em Évora, José Sócrates falou do crescimento da economia portuguesa e do decréscimo do desemprego.
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José Sócrates voltou a defender a necessidade de reformas, afirmando mesmo que o país «estava à espera de alguém com a coragem e a determinação para o fazer».
«Muitos camaradas interrogam-se sobre as reformas e vejo alguns perguntar se serão necessárias tantas reformas com tamanha extinção em tantos sectores. A minha resposta é que são necessárias», afirmou o secretário-geral do PS.
Em Évora, onde apresentou a moção que levará ao próximo congresso socialista marcado para Novembro, o líder dos socialistas considerou que esta acção reformista começa a «produzir resultados».
Para exemplificar estes resultados, Sócrates lembrou que, no primeiro trimestre de 2006, a economia «já apresentou sintomas de crescimento muito significativos», o que contrasta com a situação de há pouco mais de um ano atrás.
«Quando chegámos ao Governo, estávamos à beira da segunda recessão económica em apenas três anos», recordou o primeiro-ministro, que aludiu também ao facto de o governador do Banco de Portugal ter declarado que o «crescimento será ainda maior» caso se confirme a tendência actual de subida da economia portuguesa.
«A nossa economia retomou a trajectória do crescimento. Não é ainda o crescimento que queremos, mas é o crescimento que já oferece uma maior prosperidade aos portugueses», frisou.
Sócrates falou ainda da «evolução do discurso da oposição à direita», que «há uns meses» afirmava que «2006 ia ser o ano da recessão» para depois vir dizer apenas que seria apenas o da «estagnação económica».
«Depois, vieram dizer que, afinal de contas, o crescimento estava abaixo da média europeia, mas agora o que eles querem é um crescimento acima de três por cento, para poderem pensar em grande», ironizou, numa crítica ao PSD.
O secretário-geral do PS recordou ainda que em nenhum ano em que o PSD esteve no Governo houve um crescimento de três por cento e que, nos primeiros oito meses de 2006, «pela primeira vez, em muitos anos, o Estado não só controlou a despesa, como também a despesa do Estado em percentagem do PIB vai diminuir».
Sócrates referiu-se ainda ao desemprego para dizer que o seu crescimento verificado durante os governos de coligação PSD/CDS-PP «está contido» e que «desde 1998 que, nos primeiros seis meses do ano, o desemprego não descia sete décimas».
Tal como já tinha acontecido numa intervenção feita na Madeira no domingo, o secretário-geral do PS voltou a enfrentar uma manifestação de cerca de 50 professores e outros manifestantes que protestavam contra o fecho do SAP de Montemor-o-novo.