O presidente do Instituto Nacional da Água diz que o Alqueva tem capacidade para acolher 18 mil camas. Contudo, os ambientalistas lembram que a água pode não ser suficiente por causa dos jardins e dos campos de golfe a instalar na região.
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O presidente do Instituto Nacional da Água (INAG) acredita que o local tem capacidade para acolher 18 mil camas nos concelhos de Reguengos de Monsaraz, Moura, Mourão, Portel, Vidigueira e Serpa.
Orlando Borges não acredita que alguma vez os projectos turísticos a implantar na região coloquem no Alqueva tantas camas, mas diz que se isso fosse possível não se poriam os problemas que as organizações ambientalistas temem que pudessem vir a acontecer.
«Quando se fala em 20 mil camas era na suposição de que elas eram todas concretizadas. Tomara o Alentejo vir a ter esse problema, porque em função das capacidades de carga o Alqueva suportaria, porque tem um perímetro de margem superior à costa portuguesa toda», lembrou este responsável em declarações à TSF.
Opinião diferente tem o presidente da Liga Portuguesa da Natureza que receia que a água não vai chegar para os empreendimentos turísticos que se prevêem para esta região.
À TSF, Eugénio Sequeira considerou que se não for feita agricultura na região, o turismo vai ser impraticável, por causa da baixa da água que se prevê no lago, especialmente porque a água que é preciso para um campo de golfe de 18 buracos equivale a 30 hectares de milho, mais cinco de horta.
«Alguém fez o estudo para esta quantidade enorme, não para um, de empreendimentos? Cada hotel tem de ter um jardim. Quanto se gasta de água para regar um jardim? Dez vezes a água de um campo de golfe», explicou.
Turistas podem não ir à praia em toda a margem
O presidente do Instituto da Água lembrou ainda os níveis de poluição da água do Alqueva e assegurou que os turistas não poderão ir para a praia em toda a margem.
Apesar disso, Orlando Borges confirma que «do ponto de vista da qualidade, a água melhorou muito em relação aos valores que na altura foram identificados».