A REN vai construir 650 novos quilómetros de linhas de muito alta tensão. O período de consulta pública termina hoje e a empresa diz que praticamente não recebeu contributos dos movimentos que a têm contestado.
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Termina hoje o período de consulta pública do plano de investimentos da REN, no qual se prevê a construção de 650 novos quilómetros de linhas de muito alta tensão, e termina sem que tenha chegado à empresa qualquer contributo dos movimentos que se têm manifestado contra os projectos da REN.
Os movimentos contra a alta tensão defendem que não o fizeram porque a empresa não forneceu informação suficiente sobre os investimentos que vai desenvolver até 2014.
No entanto, a REN garante que esta acusação é falsa porque o plano de investimentos esteve disponível no site da empresa e a REN fez ainda sessões de esclarecimento em Lisboa e no Porto.
Apesar disso, chegaram apenas cerca de 15 pedidos de esclarecimento e sugestões à REN. Artur Lourenço, director da empresa, lamenta que os movimentos dos cidadãos não tenham aderido.
«Esta era a altura para nos dizerem, "não sigam por aí porque essa solução não nos serve", para que nós tivéssemos tempo de corrigir o plano», defende o director da REN.
Um silêncio justificado por Paulo Lopes, um dos porta-vozes do recém-criado Movimento Contra a Alta Tensão em Zonas Habitadas, com o facto do plano ser demasiado vago.
O plano «não tem um trajecto por onde a linha vai passar», afirma. «Por mais que nos moradores estudemos o plano, não conseguimos saber o local onde a linha vai ser construída», acrescenta.
O mapa das linhas da REN cobre todo o território nacional: de Trás-os-Montes até à Serra da Estrela, de Castelo Branco até Sines, e toda a região do Algarve onde vai ser construída uma espécie de auto estada até à Andaluzia.
Artur Lourenço não esconde que algumas linhas podem passar em zonas urbanas. Uma situação que Paulo Lopes recusa aceitar garantindo que há sempre alternativas para desviar o percurso.
Ao todo vão ser construídos 650 quilómetros de linhas de muito alta tensão que vão ser construídas de forma faseada até 2014.