«Existência» é a mais recente proposta coreográfica do bailarino João Fiadeiro que vai estar, a partir de hoje e até Sábado, no Balleteatro Auditório, no Porto. A representação de improviso vai subir ao palco.
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«Existência» constrói-se e desenha-se no palco no decorrer da sua apresentação ao público.
João Fiadeiro que vai estar a partir de hoje e até sábado, no Balleteatro Auditório, no Porto, investe na potencialidade criativa dos intérpretes perante a ausência de um guião coreográfico, recusando a hipótese de reprodução de movimentos e ocupações de espaço pré-definidos.
Desta forma, o coreógrafo tem como objectivo mostrar ao público o momento em que cada gesto nasce, abrindo espaço para o improviso e para o inesperado. Vai estar em cena durante três dias, no entanto, «Existência» promete ser diferente em cada um deles.
Uma anterior produção do mesmo coreógrafo, «Aicnêtsixe», que foi apresentada também no Porto, no âmbito da Capital Europeia da Cultura, já mostrava traços deste novo esquema de trabalho que João Fiadeiro tem vindo a desenvolver.
O palco
Apenas fazem parte deste cenário quinze cadeiras em linha de fundo. Cinco intérpretes entram um a um em jogo. O coreógrafo organiza o espaço, olha para os intérpretes e começa a emoldurar as suas acções.
No decorrer da acção, um jornalista passeia pelo palco comentando o que acontece à sua frente. Alguns microfones espalhados pelo espaço captam sons em tempo real e amplificam conversas íntimas. Uma camera filma e projecta as imagens «roubadas» ao momento presente que os intérpretes estão a viver.
Pouco a pouco o espectáculo começa a ganhar forma e contornos e todos os dias este espectáculo promete ser diferente como na própria existência.
«Existência» teve a sua estreia absoluta a 3 de Abril deste ano no Centre Georges Pompidou, em Paris. Em Portugal, a iniciativa partiu do Teatro Nacional São João e do Auditório Nacional Carlos Alberto.
O bilhete custa dez euros e promete ser um espectáculo diferente e, tal como João Fiadeiro diz, «se as pessoas vêm ver o meu espectáculo, podem não encontrar tantos movimentos de dança como desejariam, mas se se esquecerem disso, tenho a certeza de que reconhecerão questões que irão tocá-las de algum modo».