O Instituto Nacional de Estatística revela que o número de as famílias portuguesas com uma residência secundária duplicou, entre 1995 e 2000. Uma publicação do INE mostra que 8,5 por cento dos agregados portugueses têm uma segunda casa.
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Na análise às condições de vida dos portugueses, «Um retrato territorial de Portugal», o Instituto de Estatística mostra ainda que do total de agregados familiares com uma segunda residência, 13,1 por cento são da região de Lisboa e Vale do Tejo, pelo que «55,2 por cento do total de agregados domésticos privados com residências secundárias residiam em Lisboa e Vale do Tejo».
Por outro lado, na Madeira, apenas 2,1 por cento das famílias têm uma segunda casa. O estudo explica também que, em 2000, 25,4 por cento dos agregados familiares tinham garagem dentro de casa e 7,7 por cento fora.
Amaral Gomes, da Defesa do Consumidor, explicou à TSF que «tendo em conta as condições financeiras, de taxa de juro, acesso ao crédit, novas zonas de lazer e urbanizações, justifica-se esse aumento. Não há maior riqueza, mas um conjunto de pessoas ou famílias que tinham condições de ter uma segunda habitação e viram condições de mercado que os motivaram a fazer essa aquisição».
O responsável refere ainda que «há um afastamento entre quem adquire a segunda casa e as restantes pessoas que não têm sequer acesso a uma haabitaação digna. Os 8,5 por cento não significarão um aumento global de qualidade, mas de qualidade só para as famílias em causa».
Os dados incidiram ainda no uso do automóvel, que faz parte de 2,2 milhões de famílias ou 59,9 por cento dos agregados domésticos. As famílias da região de Lisboa e Vale do Tejo voltam a estar à frente, com as da Madeira novamente na «última posição».
Uso de equipamentos de apoio também cresceu
O «retrato territorial de Portugal» mostra que fogão e frigorífico são elementos presentes na quase totalidade das habitações, com a máquina de lavar roupa a estar presente em 82,2 por cento das casas. A televisão, rádio e equipamentos de áudio e vídeo estavam também na maioria das residências, tal como o telefone fixo e telemóvel. O desumidificador está em último lugar, em 5,3 por cento de habitações.
Nesta área, o INE explica que entre 1995 e 2000 houve um aumento generalizado dos equipamentos de apoio domésticos, liderado pelo microondas, com uma subida de 21,7 por cento. Por outro lado, a máquina de costura está a desaparecer, mantendo-se principalmente no Alentejo.
Valor de despesas mais alto em Lisboa e Vele do Tejo
Em termos de gastos, no ano 2000, Lisboa e Vale do Tejo volta a estar à frente com um valor de despesas, por agregado familiar, em média, de 15 mil euros anuais. As regiões do Alentejo, Algarve e Madeira tinham então as famílias com valores de despesas mis baixos, com uma média de 13,5 mil euros anuais.