Os revisores da CP paralisam, esta terça-feira, em protesto contra a insegurança e a falta de policiamento nos comboios que circulam na Linha de Sintra. Na última semana, vários funcionários e passageiros foram agredidos durante o percurso.
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De acordo com as estatísticas, todos os anos são agredidos cerca de 20 revisores da CP durante o serviço e 15 destas agressões acontecem na Linha de Sintra.
Só nas últimas semanas, um trabalhador da empresa foi esfaqueado e uma rixa entre dois grupos rivais, que envolveu perto de 200 pessoas, destruiu parte de uma estação e várias carruagens.
Em protesto, os revisores paralisam entre as 14:00 e as 16:00 de terça-feira, mas a greve não deve afectar os utentes.
José Manuel Oliveira, da direcção do Sindicato dos Trabalhadores Ferroviários, explicou à TSF que o objectivo é sensibilizar os governantes e a sociedade para o problema da insegurança nos comboios.
«É necessário um reforço do policiamento e que se ponha termo a uma redução de trabalhadores como está a ser feita, apenas por motivos economicistas, que depois tem reflexos negativos a nível da segurança», salientou.
Pouco policiamento
Manuel Cruz, revisor na Linha de Sintra, garante que são feitas muitas viagens sem passageiros e polícia à vista, onde a insegurança aumenta.
«Ultimamente temos muita dificuldade em encontrar a polícia nos comboios. Antigamente havia mais acompanhamento dos comboios. Hoje em dia vê-se muito menos», garantiu à TSF.
«Os clientes que viajam à noite e aos fins-de-semana já quase todos têm histórias de terem sido assaltados, ameaçados», acrescentou.
A CP garante que já pediu um reforço policial na Linha de Sintra e argumenta que os seus comboios são muito seguros tendo em conta a situação que se vive no resto da Europa.