Helena Roseta questionou este sábado, num discurso dirigido ao secretário-geral socialista, José Sócrates, se o Governo estará a cumprir o que prometeu aos portugueses e defendeu que o PS tem de ser «implacável» na resposta a essa pergunta.
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No discurso de apresentação da moção global "Solidariedade e Cidadania", a dirigente do PS chamou à atenção para a situação da classe média e foi aplaudida quando pediu ao partido para não voltar «a escolher candidatos sem ouvir os militantes».
«Temos de fazer uma pergunta: Será que o que estamos a fazer no Governo é o que prometemos? Temos de ser implacáveis nesta resposta», declarou, acrescentando que poderia exemplificar medidas contrárias a promessas eleitorais do PS e que isso só pode acontecer «se as razões das mudanças forem justas».
Helena Roseta concluiu que «isso implica discutir livremente dentro do PS» essas medidas e protestou por serem «colocadas etiquetas de oposição interna» a quem as questiona e quer discuti-las.
Como prometido, a questão das presidenciais deste ano, em que apoiou Manuel Alegre, que concorreu como independente, sem o apoio do PS, e ficou à frente do candidato oficial do partido, Mário Soares, foi colocada no congresso.
Lembrando a disputa pela liderança do PS, há dois anos, em que Alegre e João Soares foram derrotados por José Sócrates, Roseta apontou-a como «um bom exemplo», e recebeu palmas quando pediu: «Por favor, não voltem a escolher candidatos sem ouvir os militantes».
Em resposta às palavras de Sócrates na sessão de abertura do XV Congresso do PS, Roseta considerou que «não basta ouvir a rua, é preciso respeitar quem está na rua e saber como as pessoas podem participar nas decisões entre uma eleição e outra» e ter «uma estratégia em que a sociedade se reveja».