O presidente do Conselho de Administração da Casa da Música afirmou hoje que, se estivesse no lugar de Pedro Burmester, já se tinha demitido. Para Rui amaral é «intolerável» fazer críticas e «manter as mordomias» inerentes ao cargo na administração.
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O presidente do Conselho de Administração da Casa da Música, Rui Amaral, em entrevista à TSF, afirmou-se surpreendido pelas críticas do músico programador da Casa da Música.
Rui Amaral disse que as preocupações e críticas realizadas por Pedro Burmester são totalmente novas pelo menos dentro do Conselho de Administração da Casa da Música.
«As actas são reveladoras de que nunca houve a mais pequena manifestação de preocupação por parte de Pedro Burmester», garantiu.
Surpreendido com as criticas aos accionistas - Câmara Municipal do Porto e Ministério da Cultura - Rui Amaral considerou Pedro Burmester «violou a ética porque não pode nem deve criticar quem manda e quem lhe paga», pelo que o administrador-programador deveria demitir-se.
«Se algum dia tiver divergências fundamentais com accionistas, o que tenho a fazer é demitir-me e depois fazer as criticas que muito bem entender», afirmou.
Rui Amaral considerou que Burmester não pode «estar com um pé dentro, com as mordomias, com o ordenado e ao mesmo tempo estar a criticar» aqueles que o mandataram . «Isso é
intolerável no plano ético e no plano legal», sublinhou.
O presidente da Casa da Música garantiu que não exerceu qualquer pressão sobre Rui Rio ou sobre o ministro da Cultura para a tomada de uma decisão, mas sublinhou que Burmester não é insubstituível.
O responsável insinuou que Pedro Burmester faz da Casa da Música uma questão pessoal e que alguns políticos, sobretudo os do Partido Socialista e em particular o ex-ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho, estão a politizar demasiado esta questão.
Pedro Burmester, que esteve hoje reunido com o ministro da Cultura, disse estar «tranquilo» em relação a esta polémica.