O ministro da Administração Interna rejeita as acusações da Associação Estrada Viva de que o Governo está a «aproveitar-se politicamente do Dia da Memória, que se assinala este domingo. Rui Pereira diz que o Executivo não pretende fazer campanha, mas sensibilizar a população para o problema da sinistralidade rodoviária.
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O ministro da Administração Interna rejeitou, este domingo, as acusações da Associação Estrada Viva de que o Governo está tirar proveito político do Dia da Memória das Vítimas da Estrada.
Em todo o país estão programadadas accções do Governo e das Forças de Segurança, numa campanha de sensibilização por causa da segurança nas estradas. O objectivo é que, durante o dia de hoje, não se registem acidentes graves.
Ouvido pela TSF, Manuel João Ramos, da organização Estrada Viva, acusou o Governo de estar a desvirtuar um dia que devia ser de recordação.
«É óbvio que se trata de aproveitamento político. É óbvio que há um grande mal-estar no Governo pelo facto de nós termos andado a chamar à atenção para aquilo que não está a ser feito, sendo que alguém teve a ideia de fazer uma campanha de segurança rodoviária no Dia da Memória», considerou.
Reagindo às acusações de que as cerimónias de hoje são aproveitamento político de uma tragédia, o ministro recusou liminarmente essa leitura.
«Não há nenhum aproveitamento político, não estamos num dia de festa, mas sim num dia de pesar, de responsabilidade», disse Rui Pereira, frisando que o exercício a que assistiu visou sensibilizar a população, e as crianças em particular, para «a importância do comportamento responsável em relação à estrada» e que a sua presença «simboliza a importância que o Governo dá a este combate».
Quanto ao aumento do número de mortos nas estradas este ano, Rui Pereira recordou que só o recente acidente na A23 foi responsável por 16 vítimas mortais, mas disse preferir esperar pelo final do ano para fazer um balanço.
«Em comparação com o período homólogo de 2006, repito que é prematuro fazer balanços. Há menos acidentes graves e menos acidentes. Em relação ao número de mortos faremos contas no fim do ano», afirmou.
O ministro realçou a evolução registada desde meados da década de 80, quando os mortos na estrada ultrapassavam os 2.500 por ano, descendo pela primeira vez para menos de 1.500 em 2001, quando era secretário de Estado
da Administração Interna, e para menos de mil em 2006.
«É preciso estabilizar esse resultado, garantir que não é um acaso, que conseguimos consolidar e que este é um esforço nacional que corresponde à afirmação de uma civilização solidária, em que as pessoas têm condutas
responsáveis e cívicas», acrescentou.