O presidente da Câmara do Porto acusou esta sexta-feira o Governo de investir dez vezes menos em 2007 na cultura do que a autarquia que dirige, depois de ter feito uma comparação dos dois orçamentos. Rui Rio aconselhou a ministra Isabel Pires de Lima a «informar-se melhor antes de falar».
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Numa conferência de imprensa para responder às críticas da ministra da Cultura sobre as dotações financeiras para a área cultural da cidade do Porto, Rui Rio aconselhou Isabel Pires de Lima a primeiro informar-se melhor e a falar depois.
O presidente da Câmara do Porto insurgia-se desta forma contra as declarações feitas, na segunda-feira, por esta responsável que lamentou a falta de investimento na cultura da autarquia portuense.
«O Governo só dedicará 0,43 por cento da sua despesa à cultura, enquanto a Câmara irá dispensar a esta área 4,8 por cento da sua despesa», garantiu o autarca.
Rui Rio afirmou por este motivo que a ministra da Cultura devia «tratar de se preocupar em primeiro lugar com o orçamento dela, porque tem um corte grande e notório naquilo que é a proposta que está em debate na Assembleia da República».
O presidente da Câmara Municipal do Porto disse ainda que Isabel Pires de Lima devia estudar os números para «não dizer coisas que não sabe, que lhe podem dar jeito político, mas que não correspondem à verdade».
Depois de fazer as contas, Rui Rio respondeu a todos que o acusam de menosprezar a cultura da cidade.
«A Câmara no âmbito da sua política cultural valoriza as bibliotecas, o arquivo histórico e os museus, em vez de andar a dar cheques por aí fora a alguns agrupamentos, por exemplo no teatro, que não têm público», disse.
Rui Rio salientou que a autarquia «valoriza (antes) parcerias com instituições verdadeiramente estratégicas para a cidade: Serralves, Casa da Música e em parte o Coliseu».
Feito o esclarecimentos sobre os investimentos e as prioridades culturais do Executivo, Rui Rio assumiu que em relação ao passado há uma nova forma de gerir a política cultural.