O presidente da Câmara do Porto pede a demissão do Conselho de Administração do IDT (Instituto da Droga e Toxicodependência) depois de ter vindo a público a ligação de um alto quadro do instituto a uma associação privada denominada Ares do Pinhal.
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As notícias em causa dão conta que a associação privada Ares do Pinhal, sedeada em Lisboa e que é presidida por um alto quadro do IDT, recebeu o ano passado um milhão e setecentos mil euros de apoios, ou seja, praticamente o mesmo que o extinto projecto da autarquia portuense Porto Feliz recebeu do instituto em quatro anos.
Rui Rio critica esta disparidade e pede o afastamento dos responsáveis do IDT.
«Entendo que o Conselho de Administração do IDT não tem condições para continuar a exercer funções pela falta de transparência e pela dualidade de critérios», defendeu.
O presidente da Câmara do Porto apela, por isso, ao ministro da Saúde, Correia de Campos, que demita aqueles responsaveis, de modo a não ser «politicamente conivente» com a gestão do instituto.
Rui Rio acredita que o programa Porto Feliz, criado pela autarquia portuense em 2003 para combater a toxicodependência e reinserir socialmente as pessoas recuperadas, pode ter viabilidade e afirma estar disponível para manter esta iniciativa em colaboração com o Governo.
«Se o senhor ministro Correia de Campos quiser meter a mão na consciência perante tudo o que está a acontecer e assinar comigo o protocolo que esteve em vigor durante quatro anos, eu continuo disponível para assinar com o senhor ministro Correia de Campos e com uma nova administração do IDT o protocolo que deu corpo à existência do Porto Feliz e que pode continuar a combater a toxicodependência nas ruas do Porto», adiantou.
O responsável pela autarquia portuense garantiu ainda que através deste programa foram recuperados 366 toxicodependentes.