A data prevista para a destruição da Mir, 27/28 de Fevereiro, poderá ser alterada devido aos problemas de comunicação registados segunda e terça-feira, afirmou hoje o director da agência espacial russa Iuri Koptev.
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«Os problemas que se registaram podem conduzir a modificações nessa data», sublinhou numa conferência de imprensa em Moscovo.
Segundo Koptev, as causas da falha de comunicação entre a Mir e o centro de controlo dos voos espaciais ainda não são conhecidas.
No entanto, um especialista russo afirmou hoje que a perda de comunicações com a estação ter-se-á devido à falta de vigilância dos técnicos de terra.
Anatoli Kisiliov, director geral do instituto Jrunichev, que desenhou a plataforma espacial, foi muito crítico para com o pessoal do centro de controlo dos voos espaciais russo.
Segundo Kisiliov, a maioria dos peritos estava concentrada na acoplagem da nave Progress à Estação Espacial Internacional e terão negligenciado a Mir.
«Não posso garantir que os problemas não voltem a surgir a qualquer momento. O domínio espacial é uma área de alto risco», sublinhou Koptev.
Em 1997, a estação orbital russa chocou com uma nave de abastecimento.
Koptev indicou que os problemas que poderão retardar a destruição da estação estão relacionados com um adiamento no envio da nave de carga que deverá dar o último impulso à Mir ou com a eventual necessidade de trabalhos de reparação ou preventivos.
O responsável da agência espacial adiantou que a falha de comunicação é um argumento adicional em favor da destruição da Mir, no espaço há 15 anos quando, inicialmente, se previa que a sua vida útil seria de apenas 5 anos.
«Os aparelhos de bordo estão num tal estado que não temos o direito de correr riscos», afirmou Iuri Koptev, sublinhando que a destruição da Mir é uma questão de responsabilidade da Rússia perante a comunidade internacional.