O fiscalista Saldanha Sanches considerou que a proposta de «incentivos radicais» a aplicar a empresas que se instalem em concelhos deprimidos não tem sentido. Já o presidente da Associação Nacional das PME, Joaquim Cunha, concorda com esta proposta de Luís Filipe Menezes.
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O fiscalista Saldanha Sanches entende ter pouco sentido uma proposta de «incentivos radicais» para empresas que se instalem em concelhos deprimidos, uma proposta feita por Luís Filipe Menezes este domingo em Celorico de Basto.
Ouvido pela TSF, este especialista considerou que a proposta de reduzir quase a zero os impostos para empresas que se instalem neste tipo de concelhos já foi tentada anteriormente e teve poucos resultados.
Para o fiscalista, este tipo de redução «tem a desvantagem de complicar ainda mais a gestão fiscal» e normalmente não ajuda uma empresas com lucros que, mesmo pagando 25 por cento sobre estes, não é por isso que se move para o Interior.
«Se não tem lucro o facto de não ter imposto pouco adianta. Na verdade, tanto faz ter uma taxa de 15 ou dez ou zero que isso não vai ter efeito sobre a instalação de empresas no Interior», explicou.
Já o presidente da Associação PME Portugal considerou que esta proposta até é boa, tal como qualquer outra que promova redução dos impostos sobre empresas.
Também em declarações à TSF, Joaquim Cunha explicou o país «precisa de uma carga fiscal mais baixa», num país que é o que tem a «maior carga fiscal em termos de paridade de compra» na Europa.
«Face a Espanha, somos um país mais oneroso e isto tem levado não só à diminuição do número de empresas e de emprego e como à saída de empresas de Portugal não só multinacionais, mas também de empresários de PME», acrescentou.
Joaquim Cunha esclareceu que não está propriamente satisfeito com esta proposta do líder social-democrata, mas com todas que visem de uma «forma integrada, não apenas em sede de IRC, a baixar o nível fiscal do país, que é brutalmente alto e que está a torna inviáveis muitas empresas».