Os presidentes de Portugal e Itália, Jorge Sampaio e Carlo Azeglio Ciampi, manifestaram esta terça-feira o desejo de ver o Tratado Constitucional da União Europeia ratificado rapidamente, para entrar em vigor a 01 de Novembro de 2006.
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Numa declaração conjunta aprovada hoje em Roma, no início da visita oficial de quatro dias de Jorge Sampaio a Itália, os dois presidentes consideram «urgente uma Europa que faça valer os seus ideais na cena internacional», o que pressupõe um funcionamento «com maior eficácia».
«Para tanto, é essencial que o Tratado Constitucional entre em vigor nos prazos previsto, ou seja, a 1 de Novembro de 2006», refere o texto da declaração, adiantando que «Itália e Portugal estão ambos empenhados numa rápida ratificação do Tratado».
«As metas fixadas, há quatro anos, na Estratégia de Lisboa, no sentido de tornar a Europa na área mais competitiva do mundo, ainda não foram alcançadas», reconhecem Jorge Sampaio e Carlo Ciampi.
Para os dois estadistas, é preciso «agir rapidamente», para que a Europa não seja ultrapassada «pela tremenda aceleração da economia mundial».
Os dois Chefes de Estado consideram ainda ser importante «que um núcleo de países acentuadamente europeístas dê o exemplo e afirme a sua inequívoca determinação em prosseguir a integração europeia».
Solidariedade económica e social
«Ainda há quem tenda a conceber a Europa apenas como um grande mercado, um mero espaço de prosperidade e segurança», reconhecem, afirmando que «chegou o momento de acelerar a realização de políticas comuns, capazes de proteger os interesses dos cidadãos e de reforçar a solidariedade e a coesão económica, social e territorial da União».
Na declaração divulgada no final de um encontro que decorreu no Palácio do Quirinale, e que durou mais de uma hora, os dois presidentes defendem que «o objectivo do crescimento económico, sem o qual o modelo social europeu não é sustentável, requer a urgente adopção de medidas comuns».
Os dois presidentes consideraram, também, que «as ideias e a cultura são a força motriz da Europa», pelo que devem ser colocadas «no centro do projecto político europeu», nomeadamente com o alargamento do Programa Erasmus ao ensino secundário ou consolidando o modelo do Instituto Universitário Europeu de Florença.