A greve dos médicos do hospital Santa Maria, em Lisboa, registou, esta terça-feira, a adesão de 111 clínicos e, segundo o director, teve um «impacto menor» no funcionamento do que segunda-feira.
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Nídia Zózima, da direcção do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, manifestou uma posição contrária à Agência Lusa, que confirmou o número de clínicos em greve, mais quatro do que segunda-feira, e defendeu que a paralisação foi mais sentida, esta terça-feira, em Santa Maria.
Segundo a sindicalista, as consultas mais afectadas foram as de cirurgia vascular, otorrino e obstetrícia.
Contrariando a sindicalista, o director da unidade, Coelho Rosa, disse à Lusa que as consultas externas registaram «uma ligeira melhoria», tendo a greve afectado sobretudo as consultas de ginecologia, e pediatria.
O director do hospital justificou as diferenças no impacto da paralisação, ainda que existisse uma maior adesão, com as diferentes atribuições diárias que cada clínico possui.
A paralisação dos clínicos de Santa Maria, convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, que integra a Federação Nacional dos Médicos (FNAM), teve início segunda-feira e deverá prolongar-se até sexta.
Os médicos protestam contra a não aplicação do regime único no pagamento das horas extra em urgência, que a administração do hospital sustenta aguardar decisão ministerial.
Em causa está o decreto 92/2001, elaborado pela ministra da Saúde socialista Manuela Arcanjo, que determina o pagamento das horas extra em urgência por uma tabela única, independentemente de o regime de trabalho do médico ser o das 42 ou 35 horas semanais.
De acordo com Nídia Zózimo, em Santa Maria existem cerca de 200 médicos que possuem o regime de 35 horas semanais, e que realizam urgência, que não estão a receber ao abrigo do decreto de lei em questão.