Santana Lopes foi mais suave com o Presidente da República do que Guilherme Silva, optando por responder às críticas do secretário-geral do PS, José Sócrates, que aconselhou a esperar pela noite das eleições antes de lançar farpas à maioria.
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Dirigindo-se directamente a José Sócrates durante grande parte do seu discurso, Santana Lopes respondeu ainda à ideia, defendida pelo líder socialista, de que foi «o único culpado» pela dissolução do Parlamento e convocação de eleições legislativas antecipadas.
«Guarde essa expressão, o 'único culpado'. Porque na noite das eleições é o que irão usar consigo, quando o senhor perder, dentro do seu próprio partido», declarou o primeiro-ministro, mostrando-se confiante na vitória.
Santana acusa Sócrates de estar ligado a interesses económicos
«Quem se diz socialista esteve ao lado dos que temem as medidas moralizadoras, que são gravosas para alguns», declarou o primeiro-ministro, no encerramento do debate do Orçamento de Estado (OE) para 2005, referindo-se às medidas de combate à fraude e evasão fiscais da proposta, que foi reprovada pelo PS.
«Quem gosta de fazer operações com grandes mais-valias prefere um determinado partido no poder», acrescentou Santana Lopes, depois de salientar o facto de a reunião do conselho coordenador que vai elaborar o programa de governo do PS ter sido num dos «hotéis mais luxuosos de Lisboa».