O primeiro-ministro garantiu, esta sexta-feira, que o Orçamento de Estado para 2005 será aprovado na próxima semana, mas criticou a decisão - «sem precedentes» - de Jorge Sampaio pelo facto de ter anunciado a dissolução do Parlamento sem explicar os motivos.
Corpo do artigo
«Compreendo que as pessoas estejam feridas. Não tem precedentes que o Parlamento seja dissolvido sem que se saiba porquê», afirmou Santana Lopes, no final de uma reunião conjunta com os deputados da maioria PSD/CDS-PP.
Santana Lopes sublinhou que o Presidente da República «não dissolveu o Parlamento, mas anunciou a sua dissolução sem comunicar ao Presidente da Assembleia da República, aos partidos e sem convocar o Conselho de Estado».
«É um facto sem precedentes que tem consequências», reiterou Santana, avisando que «no tempo de combate», ou seja, durante a campanha eleitoral, estes temas serão desenvolvidos.
Na reunião, que foi aberta pelo ministro das Finanças, Bagão Félix, a intervenção de Santana Lopes foi longamente aplaudida de pé pelas bancadas da maioria.
De acordo com fonte do gabinete do primeiro-ministro, a reunião decorreu numa clima «muito afectivo» e Santana Lopes ficou emocionado com a forma como foi recebido pelos deputados do PSD e do CDS e com os sinais que recebeu sobre a sua «disponibilidade para a luta».
Quanto ao Orçamento de Estado, o primeiro-ministro confirmou que será debatido e votado na próxima semana.
«Não convenci ninguém, todos juntos chegámos à conclusão que era o melhor para Portugal», afirmou Santana Lopes, lembrando os encontros que teve com o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e, agora, com os deputados da maioria.