O líder do PSD, Santana Lopes, reconheceu hoje que a coligação com o CDS/PP nas regionais dos Açores «não correu bem», mas remeteu para mais tarde qualquer ilação quanto a uma aliança para as legislativas de 2006.
Corpo do artigo
«Pela segunda vez, tal como nas europeias, a coligação de facto, não correu bem», disse Santana Lopes numa declaração na sede nacional do PSD.
O líder do PSD e primeiro-ministro considerou excessivo tirar ilações dos resultados dos Açores para nível nacional, acrescentando que uma decisão quanto a uma coligação com o CDS/PP para as legislativas de 2006 «terá o seu tempo».
A coligação PSD/CDS perdeu hoje as eleições nos Açores, onde o PS de Carlos César reforçou a sua maioria absoluta.
Na Madeira, o PSD de Alberto João Jardim venceu as regionais também com maioria absoluta, mas o PS reforçou a sua votação no arquipélago.
No início da declaração, Pedro Santana Lopes começou por se dirigir ao presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, «que ao fim de 30 anos conseguiu uma nova maioria absoluta».
«Não há palavras, nem polémicas, nem incidentes, que possam explicar estes resultados, a não ser a obra» de Alberto João Jardim, referiu o líder do PSD, assinalando o facto do partido ter conseguido «mais mil votos que nas últimas eleições, enquanto outros partidos perderam».
«Na Madeira ganhámos. O PS teve uma subida, mas não há custa do PSD, mas de outros partidos», acrescentou.
Santana Lopes saudou ainda o líder da coligação PSD/CDS-PP dos
Açores, Victor Cruz, que se demitiu hoje à noite na sequência da derrota eleitoral, destacando o «combate digno» que travou e a forma como assumiu a derrota.
Para o líder do PSD, os resultados das eleições regionais dos Açores e da Madeira, demonstraram que «os eleitores gostaram do trabalho dos seus governos», assim como «o valor da estabilidade».
Os resultados, acrescentou, servem também de lição a «quem põe em causa a legitimidade do governo da República».
«Na Madeira e nos Açores, os eleitores avaliaram o trabalho dos governos», afirmou Santana Lopes, sublinhando que os portugueses também poderão fazer o mesmo dentro de dois anos, nas eleições legislativas.
O líder do PSD afastou ainda qualquer hipótese do «governo não levar até ao seu termo o seu mandato».
Santana Lopes assegurou que todos os compromissos que assumiu enquanto primeiro-ministro para os Açores serão executados e felicitou o líder do PS Açores, Carlos César, pela vitória alcançada.
Questionado pelos jornalistas sobre se as recentes polémicas que têm atingido o Governo poderão ter influenciado os resultados nos Açores, Santana Lopes respondeu ironicamente: «só se for por um dos intervenientes ter estado muito nos Açores», disse em alusão a Marcelo Rebelo de Sousa.