Santana Lopes não pôs de parte um regresso à «luta partidária» e já nas eleições para a liderança do PSD, muito embora tenha sublinhado que não tem intenções de o fazer. Em entrevista à RTP, o ex-primeiro-ministro lembrou também a sua passagem pela chefia do Governo.
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Santana Lopes não afastou a possibilidade de voltar à «luta partidária» já em 2008 para se candidatar novamente à liderança do PSD, muito embora tenha dito que para já não tem intenções de o fazer.
«Admito se me tiver passado a disposição muito forte interior com que estou que é de quase rejeição desse mundo e desse dia-a-dia, da maneira como se avaliam as pessoas», disse em entrevista à RTP.
O antigo primeiro-ministro manifestou-se «muito sensibilizado com os exércitos que ainda estão dispostos a pôr-se ao meu lado no PPD/PSD e no país», apesar de ter defendido que deve ser o actual presidente do PSD o candidato social-democrata às legislativas de 2009.
«Nunca deixaria de convidar o meu antecessor, nunca deixaria de ter essa dignidade e delicadeza», afirmou Santana Lopes, numa alusão à recusa de Marques Mendes em apoiar a sua candidatura a presidente da Câmara de Lisboa nas autárquicas de Outubro de 2005.
A propósito do seu livro «Percepções e Realidade», lançado recentemente, Santana Lopes falou ainda sobre os oito meses em que esteve à frente do governo de coligação PSD/CDS-PP, que acabou com a dissolução da Assembleia da República decretada pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.
O ex-primeiro-ministro disse que «não podia dizer não» à aceitação da liderança do governo, afirmando que a alternativa «era entregar o poder ao PS liderado por Ferro Rodrigues ou Durão Barroso não ir para Bruxelas, o que era um crime de 'lesa pátria'».
Santana aproveitou ainda para criticar algumas acções de Jorge Sampaio e de Cavaco Silva, que afirmou não gostar da coligação que liderava e que tornaria mais difícil a sua candidatura presidencial, personalidades que contribuíram para a queda do seu Governo.
Numa referência ao recente fim da coligação PSD/CDS-PP na Câmara de Lisboa, o actual deputado social-democrata falou ainda sobre a sua passagem pela autarquia como presidente.
O antigo autarca sublinhou que a aliança entre os dois partidos durou quatro anos enquanto esteve à frente dos destinos camarários, lembrando, ao mesmo tempo, que nunca teve maioria na assembleia municipal.
Santana falou também do actual presidente da autarquia para dizer que «há coisas que não esqueço e não sei se alguma vez perdoarei», muito embora tenha desejado sorte a Carmona Rodrigues.
«As coisas não foram bonitas, mas vamos andar para diante e construir uma Lisboa em Portugal melhor. Vamos procurar chamar os melhores e sempre tratar as pessoas na política sem as ofender», concluiu.