Augusto Santos Silva garante que nunca exerceu pressões sobre a administração da RTP. É a reacção do ministro que teve a tutela da Comunicação Social à polémica levantada por José Rodrigues dos Santos, que acusou os administradores de receberem recados políticos.
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O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, negou hoje que tenha interferido ou "passado qualquer recado" a áreas editoriais da RTP durante os mandatos em que foi responsável pela comunicação social.
«Nos meus mandatos, como responsável pela área da comunicação social entre 2001 e 2002 e depois a partir de 2005, nunca interferi, tentei interferir ou tentei passar qualquer recado em áreas editoriais, por via seja de quem for, muito menos da administração da RTP", disse Santos Silva aos jornalistas, no final da tomada de posse do Conselho de Opinião da RTP.
O governante acrescentou que não se pronuncia sobre mandatos de outras pessoas, uma vez que os acontecimentos a que se refere o jornalista José Rodrigues dos Santos reportam-se a 2004.
O ministro sublinhou que a "administração da RTP é independente do poder político e tem um mandato de quatro anos", adiantando que conhece todos os pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação Social sobre o serviço público de televisão e que "todos são unânimes em verificar que a empresa é independente".
O ministro escusou-se a comentar o que classifica de «assuntos internos da RTP".
Em entrevista publicada domingo na revista Pública, José Rodrigues dos Santos afirmou que a administração da empresa interferiu na nomeação de Rosa Veloso para correspondente em Madrid, em 2004, decisão que, a seu ver,
competia apenas à Direcção de Informação.
A alegada interferência levou o pivô a demitir-se do cargo de director
de Informação, juntamente com a sua restante equipa.
Na mesma entrevista, José Rodrigues dos Santos acusava a administração
da empresa de interferir em matéria editorial, veicular para a Direcção
de Informação recados dados pelo poder político e de o subemeter a tratamentos
indignos.
Em resposta às acusações, que considera "falsas", a administração da RTP anunciou terça-feira que iria "iniciar procedimentos legais" contra o jornalista.
Hoje, no final da tomade de posse do Conselho de Opinião da RTP, o presidente do conselho de administração da televisão pública, Almerindo Marques, disse aos jornalistas que neste momento se "está a apurar com rigor os factos que ocorreram".