O secretário de Estado das Comunidades rejeitou, esta segunda-feira, as criticas do PSD que acusou o Governo de lentidão na exoneração do cônsul honorário em Cabo Frio, no Brasil. Licínio Soares Bastos, suspeito de integrar a chamada "Máfia dos Bingos", anda fugido à justiça brasileira.
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O secretário de Estado das Comunidades rejeita as acusações do PSD que criticou o Governo pela lentidão na exoneração do cônsul honorário português em Cabo Frio, no Brasil.
Em causa está a figura de Licínio Soares Bastos, um empresário português que, em 2005, financiou a campanha brasileira do candidato do PS ao círculo fora da Europa e, um ano depois, foi nomeado cônsul honorário de Portugal em Cabo Frio, Brasil, pelo secretário de estado das Comunidades.
Licínio Soares Bastos foi, entretanto, implicado no Brasil no chamado caso da "Máfia dos Bingos". O empresário é suspeito de ser o intermediário do grupo no processo de casas de jogos em Portugal e Macau e é também acusado de lavagem de dinheiro através da criação de empreendimentos hoteleiros.
Actualmente fugido à polícia, Licínio Soares Bastos chegou a ser detido pela polícia brasileira. A quando da sua prisão, o Governo português anunciou no Parlamento a exoneração imediata de Licínio Bastos do cargo de cônsul honorário mas, passados quatro meses, essa exoneração ainda não publicada em Diário da República.
Perante este facto, o PSD vem agora questionar aquilo que chama de lentidão do Governo português, pedindo um esclarecimento sobre as razões deste atraso.
O social-democrata José Cesário, antigo secretário de Estado das Comunidades, lamenta ainda que o adiamento da exoneração formal de Licínio Soares Bastos esteja a prejudicar o nome de Portugal.
Para o actual secretário de Estado das Comunidades, estas acusações não fazem sentido até porque Licínio Soares Bastos nunca chegou a estar em funções.
Ouvido pela TSF, António Braga explica que, quando vieram a público as ligações de Licínio Soares Bastos ao caso da "Máfia dos Bingos" todo o processo de nomeação foi suspenso e Licínio Bastos nunca chegou, sequer, a ter as credenciais aprovadas pelo Governo brasileiro.
Questionado sobre o atraso na publicação em Diário da República, da exoneração de Lícinio Bastos, António Braga adianta que o Governo pretende substituir o cônsul que nunca chegou a sê-lo por outra individualidade mas o processo não está a ser tão expedito como se gostaria, o que atrasa a exoneração formal.