A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) já identificou as duas empresas portuguesas que alegadamente transportaram para Espanha nos mesmos camiões tanto resíduos tóxicos como alimentos e enviou inspectores para os locais.
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Os inspectores já se encontram nas instalações das duas empresas portuguesas, que se situam próximo da área metropolitana de Lisboa e no Alentejo.
O caso foi esta quinta-feira denunciado por um deputado dos Verdes Andaluzia, que afirmou que duas empresas portuguesas usam os mesmos camiões para transportar alternadamente resíduos tóxicos e alimentos para vários pontos da Península Ibérica, incluindo Portugal.
O deputado Francisco Garrido, porta-voz dos Verdes na Andaluzia, fez a denúncia numa conferência de imprensa em Huelva, escusando-se a revelar os nomes das empresas, que explicou terem sido já comunicados às autoridades regionais.
O chefe do serviço de protecção da natureza da GNR, Jorge Amado, explicou à TSF, que esta unidade especializada em ambiente também está a averiguar o caso.
«Com esta denúncia vamos estreitar a cooperação que temos tido com as entidades nacionais e espanholas, estamos diariamente em linha. Com a troca de informação que temos vamos colocar equipas específicas para este tipo de actividade para verificar da veracidade total desta denúncia», disse.
Caso se venha a confirmar este transporte suspeito, Jorge Amado adiantou que é preciso «apertar a fiscalização».
A lei impõe vários requisitos para o transporte de resíduos, incluindo o seu licenciamento pelo Instituto de Resíduos, guias de acompanhamento para cada um dos transportes efectuados e ainda uma notificação de todas as autoridades competentes.
Ao transportador de resíduos é proibido fazer outro tipo de transporte, que não seja o de lixo tóxico, sendo exigido aos motoristas uma certificação profissional que ateste a sua condição física e psíquica para transportar mercadorias perigosas.